Ministro André Mendonça é sorteado para relatar pedido de investigação sobre imóveis dos Bolsonaros

Portal Plantão Brasil
1/9/2022 18:25

Ministro André Mendonça é sorteado para relatar pedido de investigação sobre imóveis dos Bolsonaros

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665 visitas - Fonte: O Globo

O ministro André Medonça, do Supremo Tribunal Federal, foi sorteado relator do pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar a compra de imóveis com dinheiro vivo por integrantes da família do presidente Jair Bolsonaro. Caberá a Mendonça decidir se autoriza ou não a investigação.


O ministro integra o STF desde o ano passado, após ter sido indicado por Bolsonaro ao cargo. Pelas regras do STF, um ministro pode analisar processos de interesse do presidente que o apontou para a Corte. No julgamento em que foi negado um habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, por exemplo, todos os integrantes da Corte participaram da votação.



O caso foi relevado pelo portal UOL. Segundo levantamento do site, quase metade dos imóveis de Bolsonaro e de familiares mais próximos foi paga total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo. Foram 107 imóveis negociados, e em pelo menos 51 foi utilizado dinheiro em espécie para o pagamento. Negociações imobiliárias de pessoas ligadas ao presidente já haviam sido alvo de investigações no passado.


Segundo Randolfe, são fatos graves e um "escárnio com o dinheiro público, um verdadeiro tapa na cara de todos os brasileiros, que não mais aguentam se ver imersos nos casos de latente corrupção, sobretudo aqueles envolvendo os núcleos próximos ao Presidente da República, que, infelizmente, ao que consta, padecem de investigações claras e sérias por motivos pouco republicanos". O senador pediu ainda que seja autorizada a tomada dos depoimentos de Bolsonaro e seus familiares, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).

Na terça-feira, após ser questionado sobre o assunto, Bolsonaro disse não ver problemas em comprar imóveis com dinheiro em espécie.

— Qual problema comprar com dinheiro vivo imóvel? Não sei o que está escrito na matéria. Qual o problema? Investiga, meu Deus do céu — afirmou Bolsonaro na terça, na saída de um evento do setor de comércio e serviços, ao ser questionado sobre uma reportagem do UOL que trata sobre a compra de imóveis pelo presidente, seus filhos, sua mãe e ex-mulheres.


O presidente afirmou que dois dos seus filhos, Flávio e Carlos, recebem "pancada" há quatro anos. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga um possível esquema de "rachadinha" no gabinete dos dois. Bolsonaro ainda disse que não tem relação com o que seus irmãos fazem.

— Já foi investigado. Desde quando eu assumi, quatro anos de pancada em cima do Flávio, do Carlos. Do Eduardo, menos. Familiares meus no Vale do Ribeira. Tenho cinco irmãos no Vale do Ribeira. O que eu tenho a ver com o negócio deles?


Outro pedido de investigação

Randolfe fez dois pedidos de investigação no STF na quarta-feira. Além da compra de imóveis, ele pediu também a apuração de uma possível interferência de Bolsonaro na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para proteger um de seus filhos de investigação conduzida pela Polícia Federal (PF). Nesse caso, o ministro Dias Toffoli foi sorteado relator. Bolsonaro nega qualquer ingerência.

Na terça-feira, o GLOBO mostrou que, segundo um relatório da PF, a Abin atrapalhou o andamento de uma investigação envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente da República. Um integrante do órgão, flagrado numa operação, admitiu em depoimento que recebeu a missão de levantar informações de um episódio relacionado a Jair Renan, sob apuração de um inquérito da PF. Segundo o espião, o objetivo era prevenir "riscos à imagem" do chefe do Poder Executivo.


Após a divulgação da existência do relatório, Bolsonaro afirmou na terça não ter "influência" sobre a agência e que ela "faz o seu trabalho".

— Investigue. Não compare meus filhos com os filhos do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem que ser investigado. Agora, pare de massacrar — disse o presidente na terça, na saída de um evento do setor de comércio e serviços.

Depois, afirmou não ter influência sobre o órgão de inteligência e afirmou que não saberia comentar:

— Não sei. Não tenho influência sobre a Abin, ela faz o seu trabalho.

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