Bolsonaro se defendeu na Cúpula do Clima às custas de ações positivas dos governos de Lula e Dilma

Portal Plantão Brasil
22/4/2021 19:34

Bolsonaro se defendeu na Cúpula do Clima às custas de ações positivas dos governos de Lula e Dilma

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Principal vilão da defesa ambiental do planeta, Jair Bolsonaro fez pronunciamento na Cúpula do Clima usando como defesa os dados de avanços conseguidos em anos anteriores pelos governos de seu principal adversário, o Partido dos Trabalhadores. Nenhuma das referências positivas apresentadas pelo presidente aos outros líderes globais foi de autoria de seu governo.



Desde o incremento da utilização de matrizes energéticas mais limpas, como o etanol e energia eólica, até a revolução tecnológica que aconteceu no campo, tudo foi feito sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff - alguma coisa também iniciada ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso.







Mesmo o compromisso de eliminar o desmatamento e reduzir a emissão de gases de efeito estufa a 43% até 2030 foi firmado pela presidente Dilma em 2015. O anúncio foi feito durante a Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizado naquele ano na sede das Nações Unidas, em Nova York.



Bolsonaro citou outras contribuições de seus antecessores. "Em 15 anos evitamos emissão de 7,8 bilhões de carbono na atmosfera", afirmou, na terceira pessoa do plural. Seria o caso de perguntar ao presidente, para deixar clara a autoria do feito: quem "evitamos"?



Outros dados que anunciou como positivos, devem ser relativizados. É verdade que o Brasil é responsável por 3% das emissões anuais de gases na atmosfera. Mas esse indicador já foi de apenas 1% de gases. Além disso, diante da destruição acelerada da Amazônia, tudo indica que esse índice vai piorar.

O presidente usou outros números do passado para tentar criar uma ilusão de futuro. Se é verdade que o país preservou até aqui 84% do bioma amazônico, o esperado é que a devastação fará esse percentual cair acentuadamente.







Por fim, de uma forma mais sutil que a feita pelo seu ministro do Meio Ambiente, Bolsonaro pediu dinheiro ao mundo. Citou "limitações orçamentárias" e "obstáculos financeiros", para, discretamente, sugerir a contribuição de países, pessoas, empresas e entidades.



Nenhuma palavra sobre os índices alarmantes de desmatamento da floresta amazônica, da paralisação da fiscalização ambiental, da facilitação da atuação de garimpeiros e da farra que os grileiros fazem atualmente na região. Ou sobre a ideia estapafúrdia do ministro Ricardo Salles de criar uma milícia florestal.







Se é verdade que o Brasil é "detentor da maior biodiversidade do planeta", como falou em seu pronunciamento, Bolsonaro mentiu ao dizer que o país está "na vanguarda do enfrentamento ao aquecimento global".



É difícil acreditar em mudança na política ambiental a partir de agora, mas de qualquer forma é preciso deixar claro o ponto de onde estamos partindo: desde que Bolsonaro assumiu, o Brasil se tornou a retaguarda ambiental do planeta.



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