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A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) concluiu uma investigação interna sobre a administração do general Mauro Lourena Cid no escritório da agência em Miami, apontando diversas irregularidades. Baseada em depoimentos de 16 pessoas e análise de documentos, a comissão detectou desvios que incluem o uso inadequado da estrutura da agência e a promoção de agendas com conotações golpistas.
Apesar de sua natureza privada, a Apex recebe recursos públicos do Sistema S, estando sujeita à fiscalização do TCU. Em 2022, o orçamento da agência atingiu R$ 1,3 bilhão. Entre os desvios, estão o afastamento das responsabilidades do cargo e a utilização da agência para transações envolvendo joias. As conclusões serão encaminhadas à Polícia Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU), que pode solicitar a devolução de recursos caso os desvios sejam comprovados.
Cid, colega do ex-presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar, foi designado por Bolsonaro em 2019 para chefiar o escritório da Apex em Miami. Ele é investigado por usar recursos da agência para visitar acampamentos de apoiadores golpistas no quartel-general do Exército no final de 2022. Segundo a Apex, "o general utilizou a estrutura do escritório para atividades não relacionadas à função de general manager (GM), antes e depois de sua demissão em 3 de janeiro de 2023."
A investigação revelou a resistência de Cid em devolver seu celular e computador funcionais, cujos dados foram apagados de maneira irregular. O passaporte oficial do general, com visto de trabalho vinculado à ApexBrasil, também não foi devolvido. Testemunhos indicam que Cid continuou acessando a sede do escritório após sua demissão. Segundo a Apex, o general repetidamente manifestava aos funcionários sua crença de que Lula não tomaria posse e que ele permaneceria à frente do escritório.
A comissão também confirmou a contratação fraudulenta de um médico de Jair Bolsonaro pelo escritório de Miami. O médico, que não desenvolvia atividades profissionais no cargo de assessor, foi imposto à equipe e contratado por meio de instrumentos de excepcionalidade em abril de 2022.
Em uma conversa registrada em janeiro de 2023, Mauro Cid discutiu com o ex-assessor Marcelo Câmara a melhor maneira de entregar a Jair Bolsonaro o dinheiro da venda ilegal de joias. Cid sugeriu evitar transferências bancárias e entregar o valor em espécie.
Com informações da Fórum
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