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A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram 11 entidades de classe suspeitas de fraudar aposentados e pensionistas do INSS por meio de descontos associativos irregulares, em um esquema que pode ter movimentado até R$ 6,3 bilhões. A investigação revelou que milhares de beneficiários tiveram mensalidades descontadas sem autorização, via acordos de cooperação com o INSS que permitiam o débito direto nos benefícios.
As fraudes foram detectadas após auditorias da CGU apontarem que cerca de 98% dos descontos eram indevidos. De 1.273 beneficiários entrevistados, apenas 31 confirmaram ter autorizado os débitos. Entidades como a Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas do INSS (CAAP) e a Unabrasil aparecem entre as principais envolvidas, com praticamente a totalidade dos descontos classificados como irregulares.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), que recebeu R$ 2,9 bilhões no período, também está entre as investigadas, embora tenha declarado agir sempre com ética e se comprometido a colaborar com as autoridades. Já a Unabrasil atribuiu eventuais irregularidades a empresas terceirizadas e suspendeu novas afiliações em 2024.
Na operação deflagrada na quarta-feira (23), a PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios, prendeu cinco pessoas e afastou o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além de outros cinco servidores. As investigações apontam que, além da ausência de estrutura para prestar os serviços prometidos, houve falsificação de assinaturas para autorizar os descontos.
Em resposta ao escândalo, o governo federal suspendeu todos os acordos de cooperação e orientou aposentados e pensionistas a acessarem o aplicativo Meu INSS para excluir descontos indevidos. Os prejudicados podem solicitar a devolução dos valores cobrados sem autorização.
Com informações do UOL
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