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O jornal Estadão, conhecido por seu histórico de omissões e equívocos editoriais — como quando, em 2018, relativizou o autoritarismo bolsonarista ao dizer que “Haddad e Bolsonaro eram a mesma coisa” — publicou nesta quinta-feira (12) um editorial reconhecendo, ainda que tardiamente, o caráter golpista de Jair Bolsonaro. O texto critica a postura debochada do ex-presidente em seu interrogatório no STF e afirma que ele tentou minimizar suas ações criminosas com encenação e cinismo.
Durante o depoimento à Primeira Turma do STF, Bolsonaro posou para selfies, sorriu, fez piadas e tratou com naturalidade o fato de ter discutido medidas inconstitucionais com comandantes militares para impedir a posse do presidente legitimamente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O jornal afirma que as tentativas de golpe não foram apenas “desabafos” impulsivos, mas articulações reais que colocaram a democracia brasileira em risco.
O próprio Bolsonaro confessou, com espantosa franqueza, ter apresentado aos chefes das Forças Armadas um documento com “considerandos” que justificariam a decretação de estado de sítio ou de defesa. Segundo o editorial, o ex-presidente nunca cogitou uma transição pacífica e só recuou por falta de “clima” ou “coragem”, não por respeito à Constituição.
O Estadão alerta que o golpe só fracassou porque não encontrou terreno fértil naquele momento, e que tratar esses atos como simples exageros verbais seria normalizar a tentativa de ruptura institucional. O jornal reconhece que o país esteve à beira do caos, e que o mandato de Lula e a própria democracia foram colocados em risco por um projeto autoritário e golpista.
O editorial defende que os responsáveis sejam punidos com rigor e afirma que a aplicação da Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito é um marco inédito e necessário. Para o jornal, a Justiça precisa agir com firmeza, pois a democracia não pode tolerar seus algozes sem perder sua própria essência.
Por fim, o texto destaca que a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal é histórica. Julgar Bolsonaro e seus cúmplices com base nas provas já coletadas pela Polícia Federal é essencial para que futuras gerações não vejam o golpismo como uma alternativa legítima ao resultado das urnas.
Com informações do DCM
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