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A jornalista Rachel Maddow, uma das vozes mais respeitadas da MSNBC, voltou a chamar atenção para os riscos que Donald Trump representa à ciência nos Estados Unidos. Em entrevista recente, Maddow destacou que o republicano, hoje na presidência, incluiu em sua proposta de orçamento para 2026 um corte superior a 37% nos recursos do Instituto Nacional do Câncer (NCI). Trata-se de uma medida sem precedentes, que ameaça um sistema construído ao longo de cinco décadas e responsável por salvar milhões de vidas.
Os números demonstram a importância desse investimento: nos anos 1970, apenas 49% dos pacientes diagnosticados com câncer sobreviviam cinco anos após o diagnóstico. Hoje, essa taxa chega a 68%, resultado direto de políticas públicas de longo prazo e da atuação dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH). Esse ecossistema científico, concebido para resistir a disputas eleitorais, consolidou os EUA como referência mundial em pesquisa biomédica.
Segundo reportagem da New York Times Magazine citada por Maddow, o corte não é acidental, mas planejado. Fontes internas do NCI revelaram que a Casa Branca estudou profundamente o funcionamento do sistema para fragilizá-lo de maneira calculada. Um ex-dirigente do NIH foi taxativo: “É um desastre absoluto. Pode levar décadas para nos recuperarmos, se conseguirmos.”
O ataque não traz justificativa econômica ou política clara. Ao contrário das vacinas, alvo de teorias conspiratórias durante a pandemia, a pesquisa contra o câncer sempre foi um consenso nacional. Não há eleitorado pedindo cortes e não existe plano alternativo que indique substituição por investimentos privados. O que se coloca, segundo Maddow, é apenas destruição, sem qualquer proposta de reconstrução.
O episódio ganha contornos ainda mais perturbadores quando se recorda que, em 2024, Trump ironizou em comício: “Votem em mim. Eu acabarei com a pesquisa sobre câncer. Eu sou a favor de mais câncer.” À época, a frase parecia sarcasmo grotesco de campanha; hoje, tornou-se política oficial. A ausência de reação firme, alerta Maddow, normaliza o absurdo e transforma o que deveria ser piada em projeto de governo.
A consequência é dramática: paralisação de pesquisas, interrupção de tratamentos e perda de liderança internacional. Para pacientes em tratamento, cada corte significa menos chances de sobrevivência. Para a ciência, é o risco de um retrocesso histórico. Para a humanidade, é um atentado contra o futuro.
Com informações da Fórum
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