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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), viu-se diante de manifestações gigantescas no domingo (21), as maiores em mais de uma década contra a direita e o centrão. As mobilizações em diversas capitais escancararam o desgaste político do parlamentar, ainda que ele tente transmitir tranquilidade nos bastidores. Aliados admitem que Motta já sabia que pagaria um “preço público” por suas manobras.
Na reunião de líderes que selou a votação da PEC da Blindagem e da urgência do projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro, Motta teria dito claramente que enfrentaria as críticas. “É o que a maioria quer? Eu pago o preço, mas preciso que depois a Casa funcione e tenha uma pauta que fale para fora”, relatou um auxiliar próximo. O cálculo, segundo aliados, foi fortalecer sua imagem interna junto aos partidos e assegurar poder na presidência da Câmara.
A estratégia, no entanto, cobra seu custo em sua própria base eleitoral. Em João Pessoa, capital da Paraíba, manifestantes pediram abertamente a não-reeleição de Motta. Para interlocutores, esse clima já reflete a pré-campanha no estado. Apesar disso, aliados lembram que o deputado ainda aposta em alianças locais e mantém interlocução com o presidente Lula na construção de seu projeto político.
Motta afirmou à imprensa, no domingo à noite, que pretende encerrar nesta semana as discussões sobre a anistia. Tentando mostrar serviço aos líderes partidários, disse que, mesmo que o Senado barre a PEC da Blindagem, considera ter cumprido a promessa de levar o tema ao plenário da Câmara.
O cálculo é simples: Motta busca sair como alguém que “cumpre compromissos” com as bancadas, ainda que isso lhe custe desgaste popular. “Ele estava ciente do desgaste, mas fez o que fez para ficar forte internamente. Não há no governo, na oposição ou no Supremo quem possa dizer que foi traído. Com os líderes de partidos, ele está na mais alta conta”, resumiu um assessor.
Assim, em meio ao maior levante popular contra o centrão em anos, Hugo Motta tenta se equilibrar entre a pressão das ruas e os acordos de bastidores que sustentam sua permanência no comando da Câmara.
Com informações do Brasil 247
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