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Uma nova denúncia expõe o uso de emendas parlamentares do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em projetos sociais suspeitos de desviar recursos por meio do Instituto de Formação Profissional (Ifop). Documentos de prestação de contas mostram compras superfaturadas de chuteiras e porta-chuteiras que sequer foram entregues aos jovens atendidos pela ONG.
Somente em um dos projetos bancados por emenda de Flávio, foram gastos R$ 30,7 mil na aquisição de 212 pares de chuteiras e porta-chuteiras que nunca chegaram às mãos das crianças. Pais confirmaram que os materiais não foram distribuídos, enquanto relatórios internos registraram adolescentes treinando de chinelo ou com tênis velhos. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 52 mil — um quarto da verba destinada pelo senador bolsonarista.
Em novembro de 2023, a deputada Chris Tonietto (PL-RJ), aliada da família Bolsonaro, também direcionou R$ 300 mil ao Ifop. Novamente surgiram suspeitas de superfaturamento: 320 chuteiras, 313 porta-chuteiras e uniformes foram comprados por valores mais de 50% acima dos de mercado. O prejuízo, nesse caso, chegou a R$ 80 mil.
O Ministério do Esporte confirmou que os projetos ainda estão sob análise técnica e podem ser notificados caso as irregularidades sejam comprovadas. Já o Ifop alegou que seguiu cotações de mercado, mas não explicou a ausência de provas de entrega dos materiais. A ONG, presidida pelo advogado José Rômulo Oliveira Alves desde 2022, também recebeu R$ 1,5 milhão do ex-deputado Chiquinho Brazão, hoje preso por envolvimento no assassinato de Marielle Franco. Curiosamente, a sede do instituto no centro do Rio foi encontrada fechada em visita recente.
Todos os contratos do Ifop foram direcionados à empresa TH3 Comércio e Serviços, criada em 2022 e registrada no apartamento de sua dona, Thamyres Pessoa Gonçalves Corrêa, em Nova Iguaçu (RJ). Sem experiência no ramo esportivo, a empresa recebeu R$ 194,1 mil em contratos e foi a única participante das seleções de fornecedores. Thamyres também dirige o Instituto Educarte, que já recebeu R$ 4 milhões em emendas de Chiquinho Brazão.
A conexão com o caso Marielle Franco torna as suspeitas ainda mais graves. O Ifop chegou a aparecer em mensagens de ex-assessores de Brazão, que pediam para não interromper repasses ao instituto. Mesmo assim, o programa “Jogadores do Futuro” foi encerrado em fevereiro, em meio ao cerco judicial que atinge figuras do bolsonarismo e velhos aliados da extrema-direita fluminense.
Com informações do Brasil 247
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