15/10/2025 11:40

Milei aceita até tropas dos EUA no país em busca de “socorro” econômico

2511 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O presidente da Argentina, Javier Milei, visitou nesta terça-feira (14) a Casa Branca para seu primeiro encontro oficial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ultraliberal argentino busca garantir um empréstimo de US$ 20 bilhões prometido por Washington, em meio ao colapso econômico e à dependência total do crédito externo. O pacote inclui a compra de títulos da dívida e crédito via Fundo de Estabilização Cambial, mas especialistas alertam: o “socorro” pode custar caro à soberania do país.

Durante o encontro, Trump foi explícito ao condicionar a ajuda à submissão política. “Se Milei não sair vitorioso, não seremos generosos com a Argentina”, afirmou o republicano, deixando claro o tom de chantagem. Essa foi a quarta reunião entre ambos em menos de um ano, sinal de uma aliança ideológica que transforma Buenos Aires em um satélite de Washington.

Analistas apontam que Milei leva a histórica dependência argentina a um nível inédito de subordinação. Segundo o professor Matheus Pereira (UFU), “os níveis de submissão aos Estados Unidos apresentados por Milei são inéditos”. Ele lembra que nem governos neoliberais anteriores, como os de Menem e Macri, chegaram tão longe na entrega política e econômica.

A professora Regiane Bressan (Unifesp) alerta para outro perigo: o isolamento internacional. “Quando a Argentina se alinha de forma tão direta com um governo controverso como o de Trump, corre o risco de sofrer constrangimento e isolamento mundial”, explica. A pressão norte-americana também atinge a relação com a China, já que Trump exige que Milei “expulse os chineses” do país — o que é economicamente inviável, segundo especialistas.

Entre os pontos mais polêmicos está a possibilidade de entrada de tropas dos Estados Unidos em solo argentino, sob pretexto de “exercícios conjuntos”. O Congresso, no entanto, precisa aprovar a medida, e Milei não tem maioria. Bressan alerta que aceitar tropas estrangeiras seria um ato de traição nacional, com alto custo político e social.

Ao vender soberania em troca de dólares, Milei se coloca como peça submissa no tabuleiro de Trump. A economia pode até respirar por um tempo, mas a Argentina corre o risco de se tornar refém de uma nova dependência externa, em nome de uma ideologia que beneficia apenas Washington.

Com informações do Brasil 247

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