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Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), veio a público detalhando a autorização para uma megaoperação da Polícia Federal (PF) que desmantelou um suposto e grave esquema de desvio de verbas públicas no Pará. A investigação revela a atuação articulada e contínua de um grupo criminoso que, segundo a PF, envolvia agentes públicos e privados, como um deputado federal, servidores estaduais, empresários e a Secretaria de Obras Públicas do estado.
O parlamentar Antônio Leocádio dos Santos, conhecido como Antônio Doido (MDB-PA), é apontado na decisão do STF como o líder inconteste do esquema. Ele seria o responsável por determinar os saques de valores desviados, organizar a distribuição do dinheiro ilícito e, de forma ainda mais grave, coordenar o uso de policiais militares em suas campanhas eleitorais, misturando o poder público, a segurança e o crime em favor de seus interesses.
Outro nome de alto escalão citado é o do atual secretário de Obras Públicas do Pará, Benedito Ruy Santos Cabral. O ministro Dino registrou que o secretário teria praticado condutas com “graves violações de deveres funcionais” e mediante o uso de seu cargo estratégico, que o coloca como um integrante-chave da organização criminosa. Essa atuação ofereceria "riscos concretos à realização de obras/serviços/licitações e ao erário", colocando o patrimônio público sob constante ameaça.
A teia de corrupção se estende com o envolvimento de outras figuras cruciais: o tenente-coronel da Polícia Militar Francisco de Assis Galhardo do Vale é apontado como o operador logístico e financeiro do grupo, responsável por coordenar policiais e movimentar grandes quantias em dinheiro. Já Andrea Costa Dantas, esposa do deputado Antônio Doido, é sócia de empresas que teriam sido favorecidas pelo esquema, recebendo centenas de milhões de reais do governo do Pará.
A Operação Igapó, deflagrada na terça-feira (16), cumpriu 31 mandados de busca e apreensão no Pará e no Distrito Federal, expondo que o grupo agia de forma estruturada, com divisão de tarefas entre seus membros, e tinha como objetivo desviar recursos públicos por meio de fraudes em licitações. A investigação da PF também indica o possível envolvimento de outros secretários estaduais e prefeitos, inclusive em negociações relacionadas aos processos licitatórios, evidenciando a capilaridade da organização criminosa no estado.
Os valores desviados, segundo a PF, eram posteriormente utilizados para o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e para a ocultação de patrimônio, caracterizando os crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. A decisão do ministro Flávio Dino detalha os fundamentos legais que permitiram a ação contra essa quadrilha que saqueava os cofres do Pará para benefício próprio.
Com informações do Brasil 247
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