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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu uma "colher de chá" temporal para que a Polícia Federal termine de investigar a cabeça do general Augusto Heleno. A perícia médica, que deveria ter sido entregue nesta quarta-feira, agora tem novo prazo: 26 de dezembro. O objetivo é descobrir se o diagnóstico de Alzheimer apresentado pela defesa do ex-ministro do GSI é um fato médico ou apenas um salvo-conduto conveniente para quem acaba de ser condenado a 21 anos de prisão pela trama golpista.
A prorrogação aconteceu porque a defesa do general resolveu protocolar novos documentos médicos e questionamentos bem na véspera do exame presencial. Segundo os peritos da PF, o material é complexo e exige uma "análise detida", o que soa como um eufemismo para a necessidade de checar se a papelada extra não é apenas mais uma manobra para ganhar tempo. Enquanto o laudo não sai, o general condenado segue na expectativa de trocar a cela pelo conforto do regime domiciliar.
A saúde de Heleno virou peça-chave no tabuleiro jurídico. A Procuradoria-Geral da República já se mostrou sensibilizada pela idade avançada e pelo estado de saúde alegado, mas Alexandre de Moraes preferiu não confiar apenas na palavra dos advogados. O ministro notou que as histórias não batiam: em depoimento, o próprio Heleno disse que convive com o Alzheimer desde 2018, enquanto a defesa jura que o diagnóstico só foi "confirmado" agora, em janeiro de 2025. Essa confusão de datas parece ter aguçado o faro do STF.
O resultado dessa perícia é o que separa o general de uma temporada prolongada atrás das grades. Se os peritos confirmarem que a doença está em estágio avançado, ele ganha o direito de cumprir a pena em casa. Caso contrário, a tese do esquecimento pode ser lembrada apenas como uma tentativa frustrada de evitar o cumprimento da sentença. O desfecho dessa novela médica será o "presente de Natal" atrasado que Moraes deve analisar logo após o feriado.
No fim das contas, a estratégia de inundar o processo com novos documentos às vésperas da perícia surtiu o efeito imediato de adiar o laudo definitivo. Resta saber se, no dia 26, os peritos da Polícia Federal terão clareza suficiente para dizer se o general realmente não lembra do que fez ou se apenas gostaria que a Justiça esquecesse a sua condenação. A briga entre os laudos da defesa e o rigor da perícia oficial promete manter o clima quente em Brasília até o final do ano.
Com informações do DCM
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