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O presidente Lula resolveu vestir novamente o figurino de mediador internacional para tentar apagar o incêndio diplomático que ferve na vizinhança. Nesta quinta-feira, ele revelou ter passado quase 40 minutos ao telefone com o venezuelano Nicolás Maduro e, logo em seguida, acionado o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A meta oficial é garantir que a América do Sul continue sendo uma "zona de paz", mas o tom de Lula indica que ele desconfia das reais intenções que movem as peças desse tabuleiro.
Durante a coletiva no Palácio do Planalto, o petista não poupou questionamentos sobre o que estaria por trás de uma possível escalada militar. Para Lula, ninguém coloca as cartas na mesa com clareza: ele se pergunta se o foco é derrubar Maduro ou se o apetite internacional está voltado para o petróleo, as terras raras e os minerais críticos da Venezuela. Ao sugerir que a política externa de alguns países precisa de "inimigos" para funcionar, Lula tenta se posicionar como a voz da racionalidade diante do que chama de "ameaças diárias".
Na conversa com Donald Trump, o presidente brasileiro foi enfático ao dizer que o Brasil não tem interesse em uma guerra fratricida no continente, especialmente com os milhares de quilômetros de fronteira que compartilha com o país vizinho. Lula se ofereceu para atuar como facilitador, pedindo que Trump use o Brasil como ponte caso queira uma solução negociada. A ideia é sentar todo mundo em volta de uma mesa antes que o primeiro tiro seja disparado, uma estratégia que testa o peso diplomático brasileiro frente ao novo governo americano.
Lula também mandou um recado direto a Maduro: o Brasil quer ajudar, mas o líder venezuelano precisa dizer claramente o que espera dessa mediação. O presidente brasileiro admitiu que já tinha informações sobre o que os americanos pensam antes mesmo de ouvir a versão de Caracas, mostrando que está jogando em várias frentes. Para o governo brasileiro, a responsabilidade regional obriga o país a se meter na "pendenga" alheia para evitar que o conflito transborde para o território nacional.
Com o Natal batendo à porta, Lula já planeja um novo round de conversas com Donald Trump. A pressa tem motivo: o presidente quer fechar o ano com pelo menos o rascunho de um acordo diplomático encaminhado. Resta saber se o pragmatismo da Casa Branca e a resistência de Miraflores darão espaço para a diplomacia brasileira ou se o papel de "bom vizinho" de Lula será ignorado pelos gigantes que disputam a influência sobre as riquezas venezuelanas.
Com informações do Brasil 247
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