233 visitas - Fonte: Plantão Brasil
A "mamatice" parlamentar encontrou o seu limite para dois dos nomes mais barulhentos do PL. A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados oficializou nesta quinta-feira a perda de mandato de Eduardo Bolsonaro (SP) e Alexandre Ramagem (RJ). Enquanto o filho do ex-presidente conseguiu a proeza de ser defenestrado pelo básico — excesso de faltas —, o ex-diretor da Abin foi descartado por ordem direta do STF após sua condenação a 16 anos de prisão. Ambos assistem ao desenrolar dos fatos bem longe do plenário, direto do exílio voluntário nos Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro, que viajou em fevereiro para tentar articular sanções contra o Brasil, parece ter esquecido que o cargo de deputado exigia, no mínimo, presença. Com 59 faltas acumuladas, ele atropelou o limite constitucional de 33% de ausências. O "zero três" tentou se licenciar por motivos de saúde e interesses particulares, mas a conta não fechou. Agora, além de perder o foro privilegiado, ele deve quase R$ 14 mil aos cofres públicos por dias em que recebeu salário sem pisar em Brasília. É o preço de tentar fazer política externa paralela enquanto o crachá acumulava poeira.
Já o caso de Alexandre Ramagem é mais cinematográfico, embora igualmente melancólico. Condenado pela trama golpista, ele fugiu para os EUA via Guiana, em uma operação clandestina que incluiu ajuda de filhos de garimpeiros. A Mesa Diretora nem precisou de muito esforço: como o STF determinou a perda do mandato e ele está foragido, a Câmara apenas carimbou a saída. Ramagem bem que tentou alegar "perseguição política" e "vício no rito", mas o argumento de quem foge pela fronteira seca para não ser preso costuma ter pouco peso nos corredores do poder.
O Centrão, sempre pragmático, deu o empurrão final. O presidente da Câmara, Hugo Motta, seguiu o conselho dos aliados para usar as faltas de Eduardo como um respaldo jurídico inquestionável, evitando desgastes políticos maiores. A base do governo, liderada por Lindbergh Farias, comemora o que chama de fim da "bancada de foragidos". Com as contas bloqueadas por ordem de Alexandre de Moraes e sem o salário de deputado, Eduardo Bolsonaro agora enfrenta a realidade de ser réu por coação, sem a proteção do mandato que negligenciou.
A decisão marca o esvaziamento da influência da família Bolsonaro dentro do parlamento, especialmente após o movimento de Donald Trump de retirar sanções que Eduardo tanto implorou para serem aplicadas contra o Brasil. Sem cargo, sem verba e com pedidos de extradição a caminho, os agora ex-deputados servem de exemplo de que nem mesmo o sobrenome ou a fuga para Miami garantem a sobrevivência política quando se decide ignorar as regras da Casa e da Constituição. A briga agora sai do plenário e vai para os tribunais internacionais.
Com informações do UOL
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