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Em discurso durante a cerimônia de Natal da ExpoCatadores 2025, em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente políticas municipais que restringem a atividade dos catadores de materiais recicláveis, classificando seu trabalho como "nobre" e essencial para milhares de famílias e para a sustentabilidade ambiental. Lula anunciou que todas as políticas federais para a categoria passarão a ser coordenadas centralmente pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, eliminando a fragmentação entre pastas. A mudança busca agilizar a execução de medidas e fortalecer a inclusão socioprodutiva desses trabalhadores.
O presidente citou como exemplo negativo o novo Código Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre, que chegou a prever multas para comerciantes que fornecessem materiais recicláveis a catadores. "Proibir que alguém trabalhe para levar seu dinheiro para casa para sustentar sua família, porque está com uma carrocinha, esse cidadão não tem nada de humanismo na cabeça dele", afirmou Lula, defendendo a dignidade da categoria. Apesar de alterações no texto final após pressão popular, que retiraram a punição direta e reconheceram os catadores como parte do sistema de limpeza, entidades ainda veem riscos de centralização e privatização dos serviços.
Lula reforçou que o foco de seu governo são as camadas mais vulneráveis da sociedade e buscou estabelecer uma relação de confiança com os catadores, reconhecendo o histórico de exclusão que enfrentam. "Vocês já foram enganados por muito tempo, e não viemos para enganar. Esse respeito que eu tenho por vocês é porque eu sei como vocês vivem, como as pessoas olham para vocês", disse. O presidente também fez um balanço positivo do terceiro ano de mandato, citando indicadores como a menor inflação acumulada em quatro anos, o menor desemprego da história e a maior massa salarial, que, segundo ele, refletem uma "política de inclusão social" sem precedentes.
O anúncio da coordenação nacional sob responsabilidade de Boulos representa uma tentativa de dar mais visibilidade e efetividade às políticas para catadores, integrando-as a uma estratégia mais ampla de economia popular e sustentabilidade. A medida ocorre em um contexto de debate sobre o modelo de gestão de resíduos urbanos e a garantia de direitos para trabalhadores informais, tema que tem mobilizado movimentos sociais e gerado tensões em várias cidades brasileiras.
Com informações do Brasil247
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