26/12/2025 10:06

Edson Fachin, presidente do STF é acusado de deslealdade e hipocrisia por colegas

734 visitas - Fonte: Plantão Brasil

O encerramento de 2025 no Supremo Tribunal Federal é marcado por uma crise de desconfiança sem precedentes e um racha interno profundo. O centro do conflito é o presidente da Corte, Edson Fachin, acusado por seus pares de "falsidade" e deslealdade institucional. Enquanto ministros como Alexandre de Moraes e Dias Toffoli enfrentam uma artilharia pesada da mídia e de setores da direita, Fachin é criticado por se manter em silêncio, não defendendo os colegas e tentando emplacar um código de conduta que os demais ministros classificam como uma tentativa hipócrita de separar o tribunal entre "puros e impuros".

A irritação no plenário atingiu o ápice com episódios que expõem as contradições do presidente. Ministros relataram que Fachin tentou capitalizar politicamente ao usar voos comerciais, enquanto deixava vazar críticas a Moraes por utilizar aviões da FAB. O que não foi dito publicamente é que o próprio Fachin teria pegado carona com Moraes na aeronave oficial para retornar de eventos. Para os integrantes da Corte, essa postura é puro "farisaísmo", especialmente quando o código de ética proposto foca em familiares de ministros que advogam, uma realidade que atinge o próprio Fachin, cujos parentes atuam no ramo jurídico no Paraná.

A pressão sobre o tribunal não é apenas ética, mas fruto de investigações explosivas que atingem o coração do mercado financeiro e do Congresso. Dias Toffoli conduz o processo que promete revelar segredos da guerra bancária no caso Master, enquanto Alexandre de Moraes e Flávio Dino seguem como os alvos preferenciais do bolsonarismo devido às apurações sobre tentativas de golpe e desvios de emendas parlamentares. A sensação interna é de que o STF obteve uma "vitória de Pirro" contra o golpismo, terminando o ano fragmentado e vulnerável a ataques externos e traições internas.

O debate sobre a autonomia dos tribunais também entrou no radar. Ministros defendem que qualquer regra de conduta deve respeitar a constituição e ser discutida coletivamente, e não imposta de forma isolada pelo presidente via CNJ. Questionam por que o foco está apenas no Supremo, enquanto tribunais de instâncias inferiores lidam com escândalos de corrupção e "penduricalhos" salariais. O clima é de guerra declarada, com acusações de que a fiscalização sobre esposas de ministros que advogam ignora filhos de outros magistrados que atuam livremente em recursos na própria Corte.

O cenário para 2026 desenha-se sombrio para a governabilidade do Judiciário. Com mais de 80 inquéritos sobre o Orçamento Secreto e investigações de venda de sentenças avançando, o STF se vê emparedado entre cumprir seu papel constitucional e sobreviver a uma implosão institucional. O racha provocado pela condução de Fachin deu munição para que a oposição e a imprensa questionem a legitimidade das decisões do tribunal, transformando o que deveria ser uma unidade em defesa da democracia em um campo de batalha de egos e narrativas políticas.

As tensões revelam que a crise no Supremo está longe de um desfecho. Ao tentar se distanciar dos colegas para preservar a própria imagem, Edson Fachin acabou isolado, perdendo o apoio necessário para liderar a Corte em um momento de extrema pressão. O resultado é um tribunal partido ao meio, onde a desconfiança mútua entre os ministros pode paralisar pautas decisivas para o país e fragilizar ainda mais a posição dos magistrados diante de um Legislativo cada vez mais hostil e sedento por vingança.

Com informações do UOL

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