Mesmo diante da vigilância da Polícia Federal e das ordens expressas do Supremo Tribunal Federal, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro parece ignorar as restrições impostas para garantir o "espetáculo" nas redes sociais. O ministro Alexandre de Moraes, ao autorizar a cirurgia de Jair Bolsonaro no Hospital DF Star, proibiu terminantemente o uso de celulares e dispositivos eletrônicos no quarto para evitar a costumeira "lacração" bolsonarista. No entanto, Michelle tem desafiado a justiça ao compartilhar atualizações constantes em seu Instagram, incluindo fotos que tentam simular o momento atual, mas que, na realidade, são registros de internações antigas. >
A manobra de Michelle, auxiliada pelo enteado Carlos Bolsonaro, é uma tentativa clara de manter a militância engajada através do vitimismo. Enquanto Carlos reclama de um suposto "excesso de policiamento" e da proibição até de relógios de pulso, a ex-primeira-dama utiliza o ambiente hospitalar para fazer propaganda política e pessoal. A farsa das fotos antigas, compartilhadas até por senadores aliados como Marcos Pontes, expõe o desespero do clã em manipular a opinião pública, transformando um procedimento médico de rotina em uma narrativa de perseguição e heroísmo.
Acompanho a internação para a oitava cirurgia decorrente da tentativa de assassinato contra o presidente @jairbolsonaro , praticada por um antigo filiado a partido aliado de Lula. Confesso que, desta vez, o número de policiais mobilizados para acompanhar o procedimento e toda a… pic.twitter.com/AoyYvfJToE
A decisão de Moraes foi clara ao vedar qualquer equipamento eletrônico, exceto os médicos, delegando à PF a tarefa de assegurar o cumprimento da regra. A conduta de Michelle ao postar detalhes do centro cirúrgico e mensagens de "sucesso" da operação indica que a fiscalização está sendo burlada ou que a ex-primeira-dama se considera acima das determinações judiciais. Esse comportamento reforça a imagem de uma família que, mesmo sob custódia do Estado por tramas golpistas, não abandona o hábito de distorcer a realidade para alimentar seus seguidores.
Bolsonaro, que cumpre pena na Superintendência da PF e foi impedido de receber o indulto natalino por seus crimes contra a democracia, tenta agora usar a recuperação da cirurgia de hérnia para forçar uma narrativa de fragilidade humana. Contudo, o que se vê é uma articulação familiar para furar o isolamento imposto pela justiça. Carlos Bolsonaro, o "02", segue atuando como porta-voz das dores do pai, repetindo a velha ladainha do atentado de 2018 para justificar cada novo procedimento, enquanto ignora a gravidade das condenações recentes que mantêm o pai atrás das grades.
O episódio no DF Star é o retrato fiel do bolsonarismo: a busca incessante pelos holofotes através da desobediência e do uso de informações falsas. Ao propagar fotos de anos atrás como se fossem atuais, Michelle e os filhos do ex-presidente mostram que a ética e a verdade são secundárias ao projeto de manutenção do poder e da influência digital. A justiça, ao tentar impor limites para evitar o uso político da saúde, esbarra em um grupo que se especializou em contornar leis e ordens judiciais sob o pretexto da liberdade e da família.
A recuperação de Bolsonaro deve durar até uma semana, período no qual a equipe médica monitora crises de soluços persistentes, problema recorrente do ex-mandatário. Entretanto, o verdadeiro monitoramento que o país aguarda é o da lei sobre as infrações cometidas pela família durante essa "saidinha" hospitalar. Se o objetivo do STF era garantir um ambiente neutro e sem propaganda, o clã Bolsonaro provou, mais uma vez, que a única regra que respeitam é a da própria conveniência política.
Com informações da Fórum
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