Dilma contém rebelião e ganha trégua do PMDB

Portal Plantão Brasil
16/1/2014 14:58

Dilma contém rebelião e ganha trégua do PMDB

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1632 visitas - Fonte: Brasil 247

Presidente se reúne com vice Michel Temer e senador Renan Calheiros para dizer que partido não perderá espaço na reforma ministerial; combinou-se de PMDB não fazer pressões públicas por cargos, para não "conturbar" o ambiente; jogando com paciência, Dilma Rousseff ganha tempo e trégua do maior partido de sua base; legenda espera retribuição por bom comportamento; acomodação interessa tanto a presidente quanto a seu maior aliado: ambos precisam um do outro





247 – Jogando com paciência e dissimulação, a presidente Dilma Rousseff acaba de ganhar uma trégua do maior partido aliado - e que mais costuma lhe cobrar cargos. Em reunião com o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros, Dilma obteve o compromisso de que o partido não fará pressões em torno da reforma ministerial, em troca da garantia, agora, de que a legenda não perderá espaço no governo.



A presidente, como 247 assinalou ontem, demonstra não ter tanta pressa em fazer a reforma ministerial, procurando suavizar os inevitáveis solavancos que esse movimento causa.



Temer e Renan reiteraram a Dilma que o PMDB não está satisfeito com as primeiras conversas em torno da reforma, temendo perder cargos. Mas a presidente procurou evitar qualquer impasse agora. Ela sabe que nem o PMDB quer romper com ela nem ela pode romper com o PMDB. A tendência é mesmo de acomodação entre eles.



Abaixo, notícia da Agência Reuters a respeito:



Dilma ameniza tom sobre reforma ministerial e PMDB dá trégua em busca por mais cargos



Por Jeferson Ribeiro



BRASÍLIA, 16 Jan (Reuters) - A cúpula do PMDB decidiu que não fará cobranças públicas para ampliar seu espaço no primeiro escalão do governo até que a presidente Dilma Rousseff conclua as negociações com outros partidos aliados para determinar o tamanho da reforma ministerial que iniciará no final de janeiro.



A decisão foi tomada numa reunião na noite de quarta-feira, segundo um ministro peemedebista ouvido pela Reuters, depois de muita pressão dos principais caciques do partido, que estão desde o começo do governo incomodados com o número de ministérios sob seu comando, apesar de serem o maior aliado do governo petista no Congresso.



A trégua por mais cargos só foi possível porque pouco antes da reunião da cúpula do partido Dilma agiu para amenizar o tom do seu primeiro encontro com o vice-presidente, Michel Temer, na última segunda-feira, em que havia indicado que havia pouquíssimas chances do PMDB receber mais cargos na reforma ministerial.



Segundo um peemedebista que participou da reunião do partido, Dilma deixou claro nesse novo encontro com Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que não está descartada completamente a possibilidade de ampliar o espaço do PMDB na Esplanada, indicando inclusive que tentará fazer ajustes para atender a demanda do aliado.



A reclamação do PMDB por mais cargos no primeiro escalão é antiga e nesse momento engrossa outras críticas do partido ao PT e ao governo, como as negociações em torno das alianças eleitorais nos Estados, que também foram debatidas no encontro de quarta.



O ministro peemedebista disse, sob condição de anonimato, que Temer e Dilma avaliaram que a primeira conversa sobre reforma ministerial não foi satisfatória para ambos os lados e eles zeraram o jogo na reunião de quarta, abrindo mais espaço par o diálogo.



"A presidente deixou claro que manterá o atual espaço do PMDB e poderá inclusive ampliá-lo, dependendo do que será negociado com os aliados e da possibilidade de mexer em ministérios que não estavam sendo alvo da reforma", explicou o ministro.



O outro peemedebista que participou do encontro da cúpula brincou dizendo que os líderes do partido chegaram para a reunião com Temer pintados para a guerra e saíram do encontro com as armas recolhidas, pelo menos momentaneamente.



"O que ficou acertado é que o partido não vai conturbar ainda mais o cenário da reforma até o final do mês, quando ela deve dar início às mudanças e terá concluído as conversas com os demais aliados", disse a fonte do partido pedindo para não ter seu nome revelado.



Hoje o PMDB comanda cinco pastas --Agricultura, Minas e Energia, Turismo, Aviação Civil e Previdência-- e pretendia assumir o Ministério da Integração Nacional, que estava sob o controle do PSB antes da legenda deixar o governo para ter um projeto próprio na disputa pela Presidência na eleição deste ano.



O PMDB já havia inclusive indicado o senador Vital do Rêgo (PB) para o posto, mas essa pasta dificilmente ficará sob controle da legenda. Agora, o partido já cogita brigar para assumir a pasta dos Portos, que também era do PSB.



Dilma tem que atender demandas do PP, que hoje comanda o Ministério das Cidades e quer assumir pelo menos mais uma pasta, do PSD, que comanda a pasta de Micro e Pequenas Empresas e já se comprometeu a apoiar a reeleição de Dilma, além do recém criado Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e do PTB, que reivindica um ministério, entre outras reivindicações.



A reforma ministerial está sendo usada pela presidente para ampliar o seu arco de alianças para disputar a reeleição em outubro deste ano e, com isso, ter mais tempo para campanha na TV.



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