2082 visitas - Fonte: Rede Brasil Atual
As empresas Loga e Ecourbs, que dividem o serviço de coleta de resíduos sólidos na capital paulista, começam neste ano a implementar o sistema mecanizado. A instalação de contêineres para armazenar o lixo e o uso de caminhões com braços mecânicos, que independem de coletores, já estavam previstos no contrato das empresas e foram regulamentados em decreto do prefeito Fernando Haddad (PT) na semana passada, com previsão de conclusão para 2022.
"Fixamos o conjunto de regramentos, a posição que tem de estar na rua, o espaço para a aproximação dos veículos coletores dos contêineres, como eles têm de ficar na calçada sem criar dificuldade para a mobilidade urbana. Agora, começamos os estudos sobre os tipos de contêineres que poderão ser utilizados em cada parte da cidade; a quantidade de lixo gerada por bairro, a verticalização das moradias, tudo isso conta", explica o presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério.
Testes-piloto já estão em andamento em Pinheiros, Butantã, Santo Amaro e Planalto Paulista e, segundo Silvério, revelaram eficácia do sistema para reduzir a quantidade de lixo "desgarrado", que acaba entupindo bocas de lobo e outras vias para escoamento de água, além de melhorar a qualidade do espaço público. "Com os contêineres, restringimos o acúmulo de lixo a céu aberto e melhoramos o paisagismo da cidade, além de reduzirmos significativamente a quantidade de lixo que acaba sendo arrastado e agrava as enchentes", afirma Silvério.
O plano é instalar 1.200 contêineres por ano até 2022, igualmente divididos entre as áreas sob responsabilidade da Loga e da Ecourbs. No total, serão 9.600 contêineres em oito anos. Ainda não há definição sobre os locais onde os contêineres serão instalados, mas a tendência é que se localizem mais próximos do centro expandido. "Nesses locais, o caminhão mecanizado representa maior benefício em comparação com o caminhão compressor, já que são mais verticalizados. Além disso, o caminhão normal para de porta em porta e causa problemas no trânsito, enquanto o mecanizado coleta uma quantidade maior de lixo com menos paradas", explica Silvério.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo, José Moacyr, prevê que o serviço não deve chegar à periferia. "Na periferia não dá para colocar contêiner. Começa pela análise do subsolo: antes de implantar, tem de saber que tubulações e cabos passam por baixo do chão e, para ser bem sincero, ninguém sabe exatamente o que passa por baixo, e onde", resume.
De acordo com a Amlurb, apenas uma pequena parte dos contêineres será subterrânea. O presidente do sindicato aponta, porém, que a utilização das calçadas exige essa informação. "Lá na Faria Lima, onde já fizeram o teste, foi uma burocracia danada. Para um único ponto de coleta, a prefeitura teve de colher informações com 11 empresas", conta Moacyr. Ele diz ainda que o novo sistema não oferece risco aos trabalhadores da Loga e da Ecourbs, uma vez que se trata de uma expansão do serviço, e não uma substituição.
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