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Em audiência no Senado, ministro do Esporte afirmou que "não há por que haver qualquer tipo de pânico" em relação à realização da Copa do Mundo e criticou a violência nas manifestações; Aldo Rebelo acredita que os protestos a serem realizados durante o Mundial serão pacíficos; nesta quinta-feira, batizado de Dia Internacional de Lutas contra a Copa do Mundo, protestos acontecem em várias cidades do País
Em audiência no Senado, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que a ONU, o Comitê do Prêmio Nobel da Paz, o papa Francisco e a própria Fifa manifestaram o desejo de que a Copa do Mundo seja um momento de luta pela paz. Ele apresentou nesta quinta-feira (15) as prioridades do ministério para 2014, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
O ministro disse também que "não há por que haver qualquer tipo de pânico" em relação à organização do Mundial e afirmou acreditar que as manifestações serão pacíficas.
– Que o mundo se preocupe em fazer desse momento, de grande visibilidade no planeta, um momento também de luta contra o racismo, de afirmação da paz. E acho que a população brasileira, que tem essa vocação, que tem essa tradição, também estará engajada nesse processo. E as manifestações que acontecerem, eu creio que serão pacíficas – disse o ministro.
Durante a audiência pública, o ministro tratou especificamente da Copa do Mundo, que, segundo ele, trará inúmeros benefícios ao país, como emprego, dinamismo econômico e visibilidade externa.
Abaixo, reportagem da Reuters sobre as manifestações de hoje em São Paulo:
Manifestações chegam a estádio da abertura da Copa em São Paulo
Por Nacho Doce
SÃO PAULO (Reuters) - Manifestantes atearam fogo a pneus perto do estádio em São Paulo que vai receber a partida de abertura da Copa do Mundo em menos de um mês e bloquearam nesta quinta-feira vias de grande movimentação da capital paulista, como parte de protestos contra o Mundial e por melhores serviços públicos previstos para diversas cidades do país.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) marcharam para a Arena Corinthians a partir de um acampamento montado em um terreno ocupado a poucos quilômetros do estádio.
A polícia formou um cordão de isolamento no entorno da arena para impedir o avanço dos manifestantes, que montaram uma barricada com pneus em chamas numa rua de acesso ao estádio. De acordo com o MTST, cerca de 1.500 pessoas participaram da manifestação.
A Arena Corinthians será o palco da partida de abertura do Mundial entre Brasil e Croácia, em 12 de junho.
No início do ano, outro grupo de manifestantes também utilizou pneus queimados para bloquear a rodovia Anhanguera, na altura do limite entre São Paulo e Osasco, no sentido à capital paulista. A via foi liberada depois, mas o protesto provocou enorme congestionamento na região.
As manifestações em São Paulo ocorrem num dia em que grupos contrários à realização da Copa do Mundo no Brasil e que defendem melhores serviços públicos prometeram realizar protestos em diferentes cidades do país e até no exterior.
Em alusão ao Mundial, o MTST divulgou um manifesto com o nome "Copa sem povo, tô na rua de novo!", em que reivindica mais recursos para transporte, saúde e educação, demandas que também motivaram os protestos de junho do ano passado em que milhares de pessoas foram às ruas de diversas cidades do país.
Os protestos contra a realização da Copa do Mundo se somaram aos atrasos nas obras de estádios e infraestrutura entre os problemas do Brasil na organização do Mundial. Durante a Copa das Confederações do ano passado, torneio preparatório para o Mundial, houve confrontos entre manifestantes e a polícia nos arredores de arenas, inclusive deixando torcedores no meio da confusão.
GREVES
Além dos protestos, as cidades-sede do Mundial também têm sido afetadas por greves realizadas por diferentes categorias.
A polícia e os bombeiros de Pernambuco decidiram na noite de quarta-feira pela manutenção por tempo indeterminado de uma paralisação iniciada na terça. Desde o início da greve foram registrados assaltos e arrastões na cidade de Abreu e Lima, na Região Metropolitana de Recife, e o governo federal enviou tropas da Força Nacional de Segurança.
Em abril, quase 40 pessoas foram assassinadas durante greve similar deflagrada pela PM da Bahia.
No Rio de Janeiro, rodoviários realizaram greve de 48 horas esta semana, em que milhares de pessoas ficaram sem transporte. Na semana passada, uma outra paralisação resultou em mais de 450 ônibus depredados. Vigilantes de bancos e professores também estão em greve no Rio. Em São Paulo, professores municipais também estão em greve.
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