A transparência secou em São Paulo

Portal Plantão Brasil
21/5/2014 08:33

A transparência secou em São Paulo

0 0 0 0

607 visitas - Fonte: Tijolaço

Desde o início do bombeamento do volume morto do reservatório Jaguari-Jacareí, o maior do Sistema Cantareira, a Sabesp decretou a lei do silêncio sobre as suas operações de manejo da água.



Embora, no primeiro dia, se pudesse atribuir o fato da página que registrava o volume total e da que detalhava o manejo da água terem saído do ar por dificuldades técnicas, hoje uma nova foi colocada no ar, que registra apenas o quanto havia de volume até quinta-feira e a simples soma deste valor ao volume que se espera retirar com o bombeamento, sem detalhes e sem possibilidade de comparar com os dias anteriores.



A Agência Nacional de Águas, federal, fez o contrário. Em lugar de um boletim, agora faz seu relatório em duas versões. Uma, com o sistema tal como ele é normalmente e outra considerando o volume anterior mais aquele que a Sabesp diz ser capaz de bombear.



Quais são os números deste “samba da seca doida”?

Segundo a Sabesp, existe agora uma disponibilidade de 26,2% do volume, mas essa conta é feita com o volume antigo.



Segundo a Ana, nas contas antigas o volume disponível é de 7,6% e, com o novo volume, acrescido pelo que será bombeado, a disponibilidade seria de 22,2%, já incluída a estação de transferência de Paiva Castro, que se beneficia, ao contrário das demais, da chuva que cai na Grande São Paulo.



Note-se que, apesar da quantidade de água ser a mesma (e dramaticamente pequena) os números variam imensamente.



E a clareza da informação vai pelo ralo.



Se São Paulo tivesse um imprensa interessada em apurar os fatos, porém, há nos relatórios da Ana uma informação preciosa.

É que, no nível atual, a retirada de 2,6 bilhões de litros do Jaguari-Jacareí desde o dia 15 (véspera do bombeamento, pois o dia 16 simplesmente foi apagado dos registros) representou baixar o nível em 12 centímetros (da cota 821,43 m para a 821,31 m sobre o nível do mar).



Ou seja, que cada bilhão de litros retirado representa 4,62 cm a menos de nível da água, no mínimo. No mínimo porque, como o volume de um reservatório é maior quanto maior a altura das águas, porque sua área é maior, estes 4,62 cm vão se alterar mais rapidamente para cima em razão da área menor, e área é uma função quadrática.



Ainda assim, algum jornalista poderia fazer a fineza de medir a profundidade do local onde estão instaladas as bombas? Para haver possibilidade de que a Sabesp retire dali os 100 bilhões de litros estimados para o bombeamento, seriam necessários entre 7 e 8 metros de profundidade no local, uma vez que a menos de um metro, um metro e meio, as bombas revolveriam muita sujeira do fundo ao sugar a água.



Simples assim se pode ter uma ideia de até onde vão as bombas do Alckmin, a gambiarra da qual dependem oito milhões de paulistanos.



APOIE O PLANTÃO BRASIL - Clique aqui!

Se você quer ajudar na luta contra Bolsonaro e a direita fascista, inscreva-se no canal do Plantão Brasil no YouTube.



O Plantão Brasil é um site independente. Se você quer ajudar na luta contra o golpismo e por um Brasil melhor, compartilhe com seus amigos e em grupos de Facebook e WhatsApp. Quanto mais gente tiver acesso às informações, menos poder terá a manipulação da mídia golpista.


Últimas notícias

Notícias do Flamengo Notícias do Corinthians