Marina: A empreiteira da demolição

Portal Plantão Brasil
30/8/2014 18:16

Marina: A empreiteira da demolição

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2656 visitas - Fonte: Professor Nilson Lage

A empreiteira da demolição





Há quase vinte anos, escrevi um livro sobre Controle de Opinião Pública.

Estudei, então, por conta própria – não é assunto que possa interessar a quem financia pesquisas acadêmicas –, por quase 300 páginas, os processos utilizados para conduzir povos como boiadas, dispensando, se possível, os relhos.

Os mecanismos eram já sofisticados, e ficaram mais ainda.

A globalização, planejada na década de 1970, no quadro da crise do petróleo, na esteira do sepultamento do padrão ouro e quando se evidenciava o ocaso da União Soviética, contava muito com esses instrumentos.

Quantias enormes foram liberadas pela renúncia fiscal nos países ricos para sustentar campanhas de opinião transnacionais focadas em temas edificantes que excluíssem a luta de classes, base das análises marxistas da sociedade: pela defesa do meio ambiente; promoção de etnias e comportamentos ditos minoritários (mesmo onde são maioria); igualdade entre os sexos com a incorporação definitiva da mulher ao mercado de trabalho; atividades caritativas em geral.

Além de incorporar ou cooptar os segmentos treinados para a liderança que seriam liberados pela falência dos ideais revolucionários, a estrutura assim organizada pôde instrumentalizar-se para vários empreendimentos, da exploração de recursos preservados (como, agora, o xisto betuminoso nos Estados Unidos) até a preservação de recursos para a exploração futura (na Antártida, no Ártico, na Amazônia, no fundo dos oceanos). Seu potencial como desagregador de alianças opositoras jamais foi desprezado.

Desenvolveu-se a engenharia social. Ela constrói versões para os fatos; se eles não existem, fabrica; se não há figurantes, inventa.

Tudo aí é suspeito. Dos desastres de avião às pesquisas de opinião, índices das bolsas e números da estatística. Principalmente os atores.

No momento, aqui, dentre os que comandam o espetáculo, os interesses variam.

Para uns, está em jogo o espólio dos bancos estatais – BNDES, Banco do Brasil, Caixa.

Para outros, conter a concorrência da agropecuária no mercado mundial.

Para terceiros, isolar China, Rússia e Índia, únicos empecilhos reais ao império mundial.

Para quartos, o pré-sal.

Há ainda coadjuvantes com causas particulares: diferenciais de salários, garantia de clientes, mercado, lucros...

Agora é Marina. Como, antes, Collor. Ou, antes, Jânio. Melhor seriam peças cambiáveis e institucionalmente seguras, como um Bush que se troca por um Obama ou um Sarkozi que se substitui por um Hollande.

O que ela pretende fazer, pouco importa; não fará. Mas pode desfazer muita coisa: é para isso que serve.







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