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Marta Suplicy no gabinete da Presidência da República em São Paulo - Michel Filho / Agência O Globo
BRASÃLIA - Apesar de ser pouco provável a realização de prévias no PT para a disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2016, a ex-ministra da Cultura Marta Suplicy, cuja exoneração foi publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da União, não está sozinha nessa empreitada. Aliados da ex-prefeita somam-se a insatisfeitos com a gestão de Fernando Haddad (PT), atual prefeito, e questionam até a liderança do ex-presidente Lula. Para Lula, padrinho polÃtico de Haddad, o natural é que o prefeito dispute a reeleição. Marta reassume seu mandato no Senado.
- O Lula já bancou demais. Bancou o Haddad, o (Alexandre) Padilha, a (presidente) Dilma - disse um deputado federal do PT de São Paulo.
O desempenho dos afilhados de Lula tem colocado em xeque a autoridade do ex-presidente. Padilha teve um resultado sofrÃvel na disputa pelo governo de São Paulo este ano; a gestão de Haddad é considerada ótima ou boa por apenas 22%, de acordo com Datafolha divulgado em setembro; e a presidente Dilma Rousseff foi reeleita por uma margem apertada de votos.
Petistas reclamam que Haddad fica “trancado†no gabinete em vez de percorrer a cidade e que passa os finais de semana com a famÃlia, em vez de fazer polÃtica. Depois do fiasco da candidatura de Padilha, integrantes do PT de São Paulo estão preocupados com o risco de perderem a prefeitura paulistana.
- Esse mecanismo (prévias) é estatutário, mas como é reeleição, acho pouco provável - disse o deputado José Mentor (PT-SP), que foi lÃder da administração de Marta na Câmara Municipal de São Paulo.
Apoiadores de Haddad minimizam seu desgaste afirmando que, com a aprovação pelo Senado da renegociação das dÃvidas de estados e municÃpios, ele terá mais capacidade de investimento, e que seu programa de governo está se “materializando†agora.
Sem condições polÃticas de permanecer no governo depois de ter apoiado o “volta Lula†e isolada no PT, Marta resolveu se antecipar e formalizou na terça-feira seu pedido de demissão do Ministério da Cultura, no momento em que a presidente Dilma está em viagem ao exterior. Em carta entregue na Casa Civil, a petista faz crÃticas veladas à polÃtica econômica, deseja o “resgate da confiança e da credibilidade†do governo e reclama do orçamento de sua pasta.
No Palácio do Planalto, a data escolhida, a forma e, principalmente, o teor da carta causaram “perplexidadeâ€. Auxiliares da presidente lembraram que Dilma estava em BrasÃlia até o meio da tarde do dia anterior, então a praxe seria a ministra ter antecipado seu pedido de demissão ou esperado a presidente voltar.
O gesto de Marta foi interpretado como um passo para sair do PT. Ela já estaria conversando com o PMDB. Lideranças petistas acreditam que Marta pode deflagrar desde já o processo de disputa interna pela candidatura para a prefeitura de São Paulo, com o objetivo de gerar uma crise que justifique legalmente sua saÃda do PT. Assim, ela poderia preservar seu mandato, já que, pela regra da fidelidade partidária estabelecida pelo Tribunal Superior Eleitoral, o mandato pertence ao partido, a menos que haja justa causa, como “grave discriminação pessoalâ€.
Historicamente ligados à Marta, vereadores petistas como Antonio Donato e José Américo divulgaram uma nota, dizendo que apoiam a reeleição de Haddad.
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