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"Os países que integram a Unasul, que participam da Cúpula, da Cúpula das Américas, têm hoje, inclusive, o absoluto interesse de que haja uma maior liberdade, que soltem os presos, que não haja níveis de violência nas ruas, todos nós temos este interesse", disse a presidente Dilma Rousseff em entrevista à CNN, sobre a prisão de políticos no governo de Nicolás Maduro, como Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma; "Não pensamos que a melhor relação com a oposição seja prender quem quer que seja (...). Se uma pessoa não cometeu um crime, não pode ser detida"
A presidente Dilma Rousseff manifestou nesta quinta-feira o desejo de que o governo venezuelano liberte os opositores presos, em entrevista à rede de televisão CNN, um dia antes de viajar ao Panamá para a VI Cúpula das Américas.
"Os países que integram a Unasul, que participam da Cúpula, da Cúpula das Américas, têm hoje, inclusive, o absoluto interesse de que haja uma maior liberdade, que soltem os presos, que não haja níveis de violência nas ruas, todos nós temos este interesse".
Nos últimos meses, diversos dirigentes opositores, como Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foram detidos na Venezuela sob a acusação de fomentar protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.
Perguntada sobre a situação de Ledezma, a presidente Dilma disse que em "questões relativas à situação interna da Venezuela, eu não posso entrar, é uma questão de respeito à autodeterminação deles", mas lembrou que no Brasil há manifestações da oposição e seu governo não prende os opositores.
"Não pensamos que a melhor relação com a oposição seja prender quem quer que seja (...). Se uma pessoa não cometeu um crime, não pode ser detida", destacou Dilma.
A presidenta defendeu a posição dos países que integram a Unasul sobre a situação de tensão na Venezuela, após críticas sobre a passividade do Bloco.
Para Dilma, a visita dos chanceleres de Brasil, Colômbia e Equador à Venezuela ajudou a manter a ordem democrática.
A Venezuela vive uma polarização política desde o início de 2014, quando uma onda de protestos contra Maduro deixou 43 mortos, centenas de feridos e milhares de detidos.
Leia também a matéria da Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC sobre a Cúpula das Américas no Panamá:
Os chefes de Estado e de governo de 35 países vão participar nesta sexta-feira (10) da 7ª Cúpula das Américas – a primeira conferencia hemisférica em que os líderes dos Estados Unidos e de Cuba sentarão à mesma mesa, desde a ruptura das relações diplomáticas há mais de 50 anos.
A última vez em que isso ocorreu foi em uma reunião regional em 1956 – também na Cidade do Panamá. Três anos depois, a revolução cubana, liderada por Fidel Castro, derrubou a ditadura de Fulgencio Batista. Em 1962, os EUA romperam relações com o novo governo comunista de Cuba e expulsaram a ilha caribenha da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A 7ª Cúpula das Américas deverá marcar o fim do último resquício da guerra fria na região, e o governo panamenho declarou feriado para esvaziar as ruas e garantir a segurança dos participantes. O evento terá a presença do líder cubano, Raúl Castro, e do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama – que em dezembro deu um passo histórico ao reconhecer o fracasso de meio século de políticas norte-americanas para tentar isolar Cuba. No momento em que os EUA estão dialogando com os cubanos para acabar com décadas de confronto (uma iniciativa aplaudida pelos governos regionais), há um novo foco de discussão: a Venezuela.
Os chanceleres que se reuniram nessa quinta-feira (9) para negociar a declaração conjunta dos presidentes não conseguiram chegar a um consenso: a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodriguez, queria incluir no documento uma condenação às sanções norte-americanas a sete altos funcionários venezuelanos.
Em março, Obama anunciou que ia bloquear as contas e os bens desse grupo de venezuelanos nos EUA, por considerar que estavam envolvidos em atos de corrupção ou de violações de direitos humanos. Para justificar essa punição, Obama declarou a Venezuela uma “ameaça à segurança” norte-americana.
A declaração de Obama foi duramente criticada na região e citada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para obter do Congresso poderes especiais: ele poderá governar por decreto, até o fim do ano, para fazer frente à “ameaça” norte-americana.
Nos últimos dias, altos funcionários norte-americanos moderaram o tom das criticas e asseguraram que a Venezuela de fato “não representa uma ameaça”. Maduro também disse que quer ter uma boa relação com os EUA, mas a chanceler venezuelana cobrou uma retificação, ou seja, a suspensão das sanções.
Ao mesmo tempo, um grupo de 25 ex-presidentes da América Latina e da Espanha (entre eles o costarriquenho Oscar Arias, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o mexicano Felipe Calderón e o espanhol José Maria Aznar) apresentaram nessa quinta-feira (9) a Declaração do Panamá, criticando a violação de direitos humanos na Venezuela. O documento pede a imediata libertação de presos políticos, como o líder oposicionista Leopoldo Lopez e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. Ambos foram acusados por Maduro de conspirar para derrubá-lo.
Na véspera da cúpula, houve polêmica entre governistas e oposicionistas, tanto venezuelanos quanto cubanos. A normalização das relações entre os EUA e Cuba depende de uma série de medidas – algumas das quais precisam passar pelo crivo da oposição republicana para aprovação no Congresso.
Uma das principais reivindicações de Castro é a exclusão de Cuba da lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo. Os cubanos também querem a suspensão do bloqueio econômico e financeiro e uma indenização pelos danos sofridos no passado.
Além da Cúpula das Américas, estão sendo realizados no Panamá fóruns paralelos de empresários, reitores de universidades e representantes da sociedade civil.
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