MANIFESTANTES ANTI-DILMA LEMBRAM OS CARAS PINTADAS

Portal Plantão Brasil
14/4/2015 09:50

MANIFESTANTES ANTI-DILMA LEMBRAM OS CARAS PINTADAS

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407 visitas - Fonte: Jornal GGN

Por Janio de Freitas



A alegria política



Na Folha



Venha do Datafolha ou da confusão que a PM faz entre somar e multiplicar ou diminuir, o número de manifestantes contra a corrupção, contra Dilma, ou simplesmente do contra, não é o mais revelador do presente nem do provável futuro dessas manifestações.



Quem, desavisado e sem saber português, se deparasse com tais manifestantes em qualquer das tantas cidades onde ocuparam ruas não imaginaria tratar-se de manifestação política. Antes se sentiria brindado pela oportunidade de ver o carnaval fora de época desses foliões pintados, mascarados, fantasiados, brincalhões de berreiros desconexos. Ah, são mesmo alegres os brasileiros.



A manifestação política adota os primeiros modos de diversão, ao que me consta, com a meninada que vai para as ruas de cara pintada contra Collor. A crônica política atribui aos "caras pintadas" papel decisivo na queda de Collor, mas a eles deveu-se apenas o colorido que disfarçou o novo drama a manchar a história do país. A queda de Collor estava fadada pela conjuntura de insatisfações e temores que a sua conduta e a de PC Farias provocaram.



Desde então, as extensões de farra carnavalesca tornaram-se costumeiras, e crescentes, nas manifestações pretensamente políticas e mesmo em muitas das reivindicatórias, "de esquerda". Aquelas e estas igualadas, porém, no comum a todas: o insucesso.



Parece haver, subjacente a tudo isso, a intuição de que protestos e reivindicações sérios são sérios em si mesmos. Nas caras, nos olhos, nas palavras, nas formas.



Também quando manifestações degeneram em violência: aquela que aproveitou as manifestações de junho de 2013 viu-se logo que não passaria de baderna. Não trazia os traços desde cedo perceptíveis, por exemplo, no tumultuoso 1968, o da Europa e o nosso.



Manifestações com efeitos reais na história recente, das quais os exemplos mais notórios são a "passeata dos cem mil" no Rio, com muito mais de cem mil, e as manifestações da Diretas Já em São Paulo e no Rio, foram tão eloquentes na sobriedade, na dimensão moral, quanto na dimensão física. A percepção da sua gravidade era bastante para se imporem, mudando o rumo histórico, ainda que o objetivo declarado não se consumasse.



Mas, cada qual com as suas motivações, a alegre vida dos manifestantes de política como divertimento está na cara.



CIDADÃOS



No recente Datafolha, um dado para não ser esquecido quando se fale da política no Brasil: "63% não sabem quem é o vice-presidente" da República. E ainda 1% citam nomes que não o de Michel de Temer, já no quinto ano sucessivo como vice.



São muitas as razões para essa miséria da cidadania. Nenhuma, exceto a discrição do próprio Temer, escapa à categoria das grandes imoralidades em que a classe dirigente se formou e se nutre.



VICES



É já antiga, e não infundada, a acusação de custosa inutilidade à vice-presidência da República. Quando Michel Temer se encarrega de uma atividade governamental, para a imprensa e a oposição é como se ocorresse o mais desmoralizante ato de um governo.



A vice foi adotada no Brasil por imitação à criada nos Estados Unidos --onde o vice John Biden está em permanente atividade política para o presidente, e nunca pareceu haver nisso uma depreciação de Obama ou do governo. Como negociador do presidente, a Biden se deve a reaproximação entre Dilma e Obama.



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