Grupo de extrema direita, QAnon, é banido das plataformas do Facebook

Portal Plantão Brasil
6/10/2020 20:44

Grupo de extrema direita, QAnon, é banido das plataformas do Facebook

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1531 visitas - Fonte: O Globo

WASHINGTON — O Facebook anunciou, nesta terça-feira, o banimento de grupos ligados ao movimento conspiracionista de extrema direita QAnon de todas as suas plataformas, incluindo o Instagram. A medida acelera os esforços da empresa de reprimir campanhas de desinformação, algumas endossadas pelo próprio presidente Donald Trump, semanas antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.



A empresa já havia proibido, na semana passada, a publicação de anúncios em suas plataformas que façam referência a uma suposta fraude no pleito, ou que sugiram que o resultado da votação é inválido. Também não será permitido qualquer conteúdo que critique ou ataque as modalidades de votação no país, como o voto pelo correio.





“A partir de hoje, removeremos páginas e grupos do Facebook, além de contas do Instagram que representam o QAnon”, disse um comunicado da empresa.



O Facebook já havia banido páginas, grupos e contas do QAnon que celebrassem a violência ou convocassem seus seguidores para atos violentos. Agora, a empresa impôs o banimento também de grupos e páginas do movimento, numa tentativa de impedir que seus seguidores se encontrassem. Apesar disso, contas individuais e postagens relacionadas ao QAnon continuam permitidas na rede social.





O Facebook disse que optou por atualizar a política depois de observar como os grupos espalham informações erradas sobre outras questões, incluindo os recentes incêndios florestais nos EUA.



“Vimos outro conteúdo vinculado a diferentes formas de danos no mundo real”, escreveu a empresa. “Além disso, as mensagens de QAnon mudam muito rapidamente e vemos redes de apoiadores construirem um público com uma mensagem e, em seguida, mudar rapidamente para outra.”



No Instagram, todas as contas vinculadas ao QAnon foram banidas. O aplicativo de compartilhamento de fotos não exige que as pessoas usem suas identidades reais.



“Esse trabalho levará tempo e continuará nos próximos dias e semanas”, afirmou a nota.





O movimento surgiu em 2017, através de um usuário do 4chan conhecido apenas como “Q” (daí o nome). Na época, alegando ter informações privilegiadas, ele disse que as investigações conduzidas pelo promotor especial Robert Mueller, que tentavam encontrar evidências de interferência russa nas eleições de 2016, eram um pretexto para um suposto golpe de Estado.



Segundo “Q”, essa ação, organizada por integrantes do que ele chama “Estado profundo", era liderada pelo ex-presidente Barack Obama, pela candidata derrotada por Trump, Hillary Clinton, e pelo megainvestidor George Soros, um alvo mais que frequente de teorias da conspiração. Hoje, acredita-se que um grupo de pessoas esteja por trás do usuário, embora ele sirva mais como referência do que como fonte primária das ideias.





Adeptos entre eleitores de Trump



Um outro aspecto marcante dos seguidores da QAnon é a crença de que os integrantes da alegada conspiração global para tomar o poder fazem parte de uma gigantesca rede de pedofilia. Travis View, autor americano que estuda o movimento e tem um podcast sobre o assunto, explica que ele é “baseado na ideia de que uma rede mundial de pedófilos adoradores de Satã controla o mundo”.



“Eles controlam Hollywood, eles encobrem sua existência. E eles continuariam a dominar o mundo, se não fosse pela eleição do presidente Donald Trump”, afirmou View, em entrevista ao site Salon, em uma tentativa de traduzir em poucas palavras o ideário da QAnon.





Apesar do aspecto bizarro, a QAnon ganhou muitos adeptos, em especial entre eleitores do presidente, visto como o único capaz de frear essa “conspiração”. Nas redes sociais, hashtags e palavras relacionadas passaram a ser cada vez mais repetidas, assim como as ideias associadas a ele. Na pandemia do novo coronavírus, por exemplo, alguns de seus integrantes defenderam o uso de alvejante como cura para a Covid-19.



Adeptos da QAnon também já afirmaram que os membros do Partido Democrata estão por trás das quadrilhas internacionais do crime.



O tamanho do movimento pode ser visto também nas ruas, especialmente em protestos contra as medidas de isolamento social, em defesa do porte de armas e nos comícios de Trump, portando um inconfundível “Q”, seja em cartazes, camisetas ou bordados em roupas militares (lojas on-line trazem uma ampla oferta de produtos com o símbolo).





O alcance cada vez maior e a possibilidade de atos de violência puseram o movimento no radar do FBI. No começo do ano, um relatório de inteligência apontou o QAnon como uma ameaça terrorista em potencial, que ia além de meras disputas políticas.



Em julho, o Twitter também anunciou que suspenderia permanentemente todas as contas que violassem suas políticas tuitando sobre a teoria da conspiração. A rede social, que anunciou a alteração em sua página de segurança, afirmou que não veicularia mais conteúdo e contas associadas à QAnon em tendências e recomendações, além de impedir o compartilhamento de URLs associados ao grupo na plataforma.



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