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Jair Bolsonaro revelou ter articulado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a criação de uma comissão especial para discutir o projeto de anistia aos bolsonaristas envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O projeto também poderia beneficiar o próprio ex-presidente, investigado por sua participação nas articulações antidemocráticas.
“Conversei com Lira e concordei com a criação da comissão. Queremos, por exemplo, trazer casos como o das seis crianças menores de dez anos, filhas de um homem condenado a 17 anos e que está foragido. Ninguém sabe onde ele está”, declarou Bolsonaro em entrevista ao jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, divulgada nesta quarta-feira (13).
Bolsonaro afirmou que o projeto dificilmente será aprovado este ano, mas acredita na possibilidade de avanço em 2025. “Não vejo tempo para isso agora. Mesmo se aprovado na comissão especial, precisaria do apoio de Lira para ir ao plenário, e há incertezas sobre o resultado. Algumas lideranças, como a do PDT, já falam em anistia parcial. Até o José Múcio, ministro da Defesa, chegou a dizer que não foi golpe, e outros como Nelson Jobim mencionaram o tema, embora tenham voltado atrás”, comentou o ex-presidente.
O ex-mandatário busca apoio político para avançar com a proposta, mas enfrenta resistência, especialmente após os atos antidemocráticos que marcaram seu governo e deixaram um legado de instabilidade política no Brasil. A defesa de anistia para golpistas reflete a tentativa de minimizar a gravidade dos atos de 8 de janeiro, algo veementemente rejeitado pela maioria dos setores democráticos.
O governo Lula, comprometido com a defesa da democracia, se posiciona contra qualquer tentativa de normalizar ou perdoar ações golpistas. A oposição tenta viabilizar o projeto em meio a uma sociedade que rejeita o autoritarismo e exige responsabilização dos envolvidos.
O debate sobre o projeto de anistia expõe o abismo entre as forças que defendem a democracia e aqueles que tentam justificar ou perdoar os crimes cometidos contra o estado de direito.
Com informações do Brasil 247
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