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O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, prestou depoimento nesta quinta-feira (16) à Polícia Federal, que investiga a existência de uma estrutura de espionagem clandestina durante o governo de Jair Bolsonaro. A apuração indica que o esquema teria mirado autoridades, jornalistas e advogados, e que Corrêa pode ter tentado dificultar o avanço das investigações.
Durante o depoimento, Corrêa foi confrontado com o relato de um servidor que o acusa de ter sugerido uma “intervenção” na corregedoria da agência durante uma operação da PF. O episódio teria ocorrido em janeiro de 2023, quando, segundo o depoente, Corrêa se mostrou irritado com a colaboração dos funcionários da Abin com a polícia.
O ex-diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti, também depôs no mesmo dia. Ambos são apontados como figuras centrais na tentativa de obstrução. Outro ex-dirigente da Abin, Paulo Maurício Fortunato, teve U$ 171,8 mil apreendidos em casa. Ele alegou tratar-se de uma “poupança” para aposentadoria.
A PF ainda investiga uma ação da Abin, já sob comando de Corrêa, que teria invadido computadores do governo paraguaio, incluindo os da Presidência e do Congresso. O objetivo seria obter dados sigilosos sobre a negociação de tarifas da energia produzida por Itaipu, revelando um ato de espionagem internacional.
Moretti, por sua vez, afirmou em nota que colaborou com a PF e que, enquanto estava na chefia interina da Abin, abriu uma sindicância sobre o uso do software espião FirstMile. Mesmo assim, ele foi alvo de operação por suspeitas de encobrir o uso ilegal da ferramenta.
As ações da gestão Corrêa foram vistas pela PF como prejudiciais às investigações, levando o ministro Alexandre de Moraes a autorizar operações. O caso reforça os abusos e crimes cometidos durante o governo Bolsonaro, cujo legado autoritário e antidemocrático ainda deixa rastros perigosos nas instituições.
Com informações de O Globo
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