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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu suspender por 60 dias o desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por condutas que afrontam a ética da magistratura. A punição decorre de um processo disciplinar que apurou o uso das redes sociais pelo magistrado para disseminar ataques ao sistema eleitoral brasileiro e divulgar mensagens caluniosas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os absurdos propagados por Buhatem está uma mensagem mentirosa em que Lula é acusado de ser "convidado de honra do Comando Vermelho", durante visita ao Complexo do Alemão, no Rio. O magistrado ainda teve a audácia de tentar se eximir de responsabilidade, alegando não ter lido o conteúdo completo e se dizendo “contra fake news”. Após o primeiro turno das eleições de 2022, voltou a espalhar desinformação, questionando os resultados das urnas com ironia criminosa.
O relator do caso, conselheiro Alexandre Teixeira, afirmou que a postura de Buhatem comprometeu gravemente a neutralidade esperada de um juiz e abalou a confiança da sociedade na Justiça e na democracia. A pena de disponibilidade aplicada ao desembargador é a segunda mais severa do Judiciário, abaixo apenas da aposentadoria compulsória.
O processo também trouxe à tona outros indícios de irregularidades na conduta de Buhatem, como o descaso com processos sob sua responsabilidade e omissões em casos que envolviam uma advogada ligada à sua família. O conjunto das práticas revela um padrão de favorecimento político e negligência funcional incompatível com o cargo que ocupa.
Não é a primeira vez que Buhatem usa seu posto para endossar o bolsonarismo. Durante as eleições, chegou a fazer postagens em apoio explícito a Jair Bolsonaro e, em 2021, ainda participou de uma viagem com o ex-presidente aos Emirados Árabes, evidenciando o alinhamento ideológico com o projeto golpista da extrema-direita.
Apesar de inicialmente estar prevista uma suspensão de 90 dias, o plenário do CNJ acolheu voto divergente e reduziu a pena para 60 dias. Ainda assim, o caso serve como alerta sobre os riscos de infiltração bolsonarista no Judiciário e a necessidade de manter a magistratura livre de agentes políticos disfarçados.
Com informações do Brasil 247
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