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O mundo se despediu nesta segunda-feira (22) de uma das vozes mais progressistas da Igreja Católica nos últimos tempos. O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, morreu aos 88 anos, em Roma, após longa batalha contra complicações respiratórias. Líder espiritual que desafiou a ortodoxia católica e enfrentou os poderosos com coragem e compaixão, Francisco nos deixou no momento em que sua mensagem por justiça social se fazia mais urgente.
O pontífice estava internado desde fevereiro com pneumonia bilateral e enfrentava há anos problemas de saúde. Mesmo fragilizado, participou da missa de Páscoa no último domingo e condenou a violência israelense em Gaza e o antissemitismo. A última década de seu papado foi marcada pela defesa dos mais pobres, pela crítica a políticos xenófobos como Donald Trump e pela luta contra a impunidade nos casos de abusos sexuais na Igreja.
Jorge Bergoglio, o primeiro papa latino-americano, rompeu com a pompa do Vaticano. Escolheu o nome Francisco em homenagem ao santo dos pobres e iniciou uma cruzada ética contra o clericalismo e a corrupção na Cúria Romana. Adotou posições progressistas sobre o meio ambiente, migrantes, minorias sexuais e ampliou o papel das mulheres na estrutura da Igreja — atitudes que o colocaram sob ataques da extrema-direita global.
Mesmo sofrendo com dores crônicas e com parte de um pulmão removido desde jovem, jamais recuou de seu compromisso pastoral. Renunciou à ideia de poder absoluto e chegou a deixar uma carta de renúncia caso sua saúde o impedisse de continuar. Nos últimos anos, mesmo diante de limitações físicas, manteve sua agenda pública e denunciou desigualdades estruturais e injustiças globais.
Francisco foi um crítico feroz do modelo econômico neoliberal, denunciando a “economia que mata” e a devastação ambiental promovida por elites gananciosas. Também condenou o massacre de civis em Gaza, responsabilizando diretamente os bombardeios israelenses pela morte de milhares de mulheres e crianças palestinas — uma coragem que poucos líderes mundiais demonstraram.
A perda do papa progressista representa um duro golpe para aqueles que lutam por um mundo mais justo. Sua voz fez falta em tempos de retrocessos, guerras e crescimento do ódio promovido por líderes como Trump e Bolsonaro. A história saberá reconhecer o legado humanista e transformador de Francisco.
Veja o vídeo do anúncio oficial de sua morte: