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Miguel Oliveira, adolescente de 15 anos conhecido como “pastor mirim”, foi proibido pelo Conselho Tutelar de viajar, pregar e usar redes sociais por tempo indeterminado. A decisão foi tomada após sucessivas denúncias de exploração infantil e práticas religiosas polêmicas, que vinham gerando preocupação entre especialistas e movimentos de defesa dos direitos da criança.
O pastor Márcio Silva, líder da Igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético — ligada à extrema-direita evangélica — confirmou o afastamento do menino das atividades religiosas e informou que ele voltará a frequentar a escola presencialmente, já que estudava de forma remota. A medida tenta reduzir a superexposição midiática à qual o garoto vinha sendo submetido por adultos.
As proibições ocorrem após uma série de episódios controversos, como quando Miguel rasgou supostos laudos médicos em um culto, alegando ter curado uma mulher com câncer. Também há relatos de que o jovem cobrava quantias entre R$ 3 mil e R$ 30 mil por evento, além de episódios de manipulação emocional durante cultos.
Críticos alertam que o caso envolve indícios de abuso de autoridade espiritual, exploração econômica da fé e práticas religiosas que colocam em risco a integridade física e emocional de fiéis — especialmente de pessoas vulneráveis. A condução dos cultos por um menor de idade, sem qualquer formação teológica ou psicológica, levanta sérias preocupações sobre o papel dos adultos envolvidos.
Mesmo afastado, Miguel publicou em sua conta do Instagram uma mensagem insinuando que seu retorno será “assustador”, o que intensificou a desconfiança sobre quem realmente conduz suas ações. Além da polêmica religiosa, o adolescente também passou a fazer declarações políticas alinhadas à extrema-direita, afirmando em um podcast que é contra a esquerda por “deturpar a família”, repetindo o discurso bolsonarista reacionário.
A exploração da imagem de um adolescente por setores fundamentalistas revela um grave problema social que ultrapassa o debate religioso: trata-se de uma tentativa de uso político e econômico da fé popular, que precisa ser enfrentada com firmeza pelas instituições democráticas.
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Com informações do DCM
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