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Ministros do Supremo Tribunal Federal demonstraram incômodo com a postura do colega Luiz Fux, que passou a ser tratado como símbolo por bolsonaristas defensores da anistia aos golpistas do 8 de janeiro. A situação se agravou após o voto de Fux no caso da bolsonarista Débora Rodrigues, que escreveu “perdeu, mané” na estátua da Justiça durante os ataques terroristas à sede dos Três Poderes.
Fux votou por uma pena branda de um ano e seis meses, alegando que Débora agiu de forma isolada, sem provas de que estivesse articulada com os demais criminosos. A decisão destoou da firme linha adotada anteriormente pelo próprio ministro, que já havia acompanhado o relator Alexandre de Moraes em cerca de 500 processos contra os golpistas.
A reação foi imediata: líderes bolsonaristas passaram a comemorar o voto de Fux, tratá-lo como aliado e celebrar sua decisão como se fosse um recuo do STF. Para outros ministros, isso cria um constrangimento institucional, ao ver um integrante da Corte sendo exaltado por aqueles que atacaram a democracia.
A preocupação entre os magistrados é que esse tipo de sinalização, mesmo que isolada, fragilize o tribunal perante a opinião pública e os setores democráticos da sociedade. Há quem questione, nos bastidores, o que motivou Fux a mudar de postura, em contraste com sua atuação anterior nos julgamentos.
Segundo interlocutores, Fux chegou a conversar com Alexandre de Moraes antes de seu voto, tentando minimizar o desconforto interno. Ainda assim, sua decisão foi recebida como um gesto que pode reforçar os ataques da extrema-direita ao STF e alimentar o discurso de impunidade entre bolsonaristas.
Enquanto isso, o protesto convocado por Jair Bolsonaro, com início previsto na torre da antena de TV em Brasília, terá a caminhada limitada. A Secretaria de Segurança Pública do DF e os organizadores decidiram que o trajeto não seguirá até a Praça dos Três Poderes, sede dos ataques de 2023.
Com informações do DCM
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