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Maio de 2024 entrou para a história como o mês do maior desastre climático já registrado no Brasil. Um ano depois, a tragédia que devastou o Rio Grande do Sul ainda escancara a urgência da luta contra o colapso ambiental. As chuvas intensas, que deixaram 184 mortos, 25 desaparecidos e mais de 80 mil desabrigados, foram agravadas pela ação humana: um estudo da Organização da COP-30 Amazônia revelou que o aquecimento global elevou em 15% a intensidade das precipitações.
Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul e dezenas de cidades gaúchas foram alagadas em poucas horas. O Lago Guaíba atingiu níveis recordes, e o Rio Taquari subiu a 30 metros, impulsionado pelo colapso de bacias hidrográficas interligadas. Para o climatologista Francisco Aquino, da UFRGS, esse tipo de evento extremo tende a se repetir. “Choveu em quatro dias o que era esperado para um terço do ano. Isso não é acaso, é consequência direta da crise climática", afirma.
A reconstrução segue lenta. Milhares de famílias continuam vulneráveis e muitos vivem com medo de novas perdas. A assessora da Cáritas Brasileira, Roseli Pereira, que perdeu sua casa em Canoas, lembra que o trauma ainda marca a população. “Perdi tudo. Hoje, só temos o essencial, por medo”, conta. Ela agora ajuda na reconstrução de moradias populares, mesmo ainda enfrentando dificuldades.
Especialistas apontam falhas no planejamento urbano, como ocupações em áreas de risco e destruição de matas ciliares. Para Marcelo Dutra, ecólogo da FURG, é indispensável revisar o zoneamento das cidades. “A conta da omissão chegou. Precisamos adaptar nossa infraestrutura e respeitar os limites da natureza”, alerta.
A tragédia no Sul terá destaque na COP30, marcada para ocorrer em Belém. A escolha da Amazônia como sede reforça a mensagem: o desmatamento da floresta agrava os desequilíbrios climáticos em todo o continente. “A Amazônia regula o clima da América do Sul. Quando ela sofre, todos sofremos”, explicou o geólogo Rualdo Menegat.
Para o governo do presidente Lula, a tragédia gaúcha é um ponto de inflexão. A crise climática deixou de ser previsão futura — ela já devasta vidas, cidades e economias. A resposta precisa ser urgente, global e coordenada.
Com informações do Brasil247
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