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O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a escancarar seu desprezo pelas instituições democráticas ao elogiar abertamente sonegadores de impostos e debochar dos contribuintes durante entrevista ao canal A24, nesta segunda-feira (19). Para o ultraliberal, quem paga tributos é “incapaz ou covarde”, enquanto quem burla o fisco é “talentoso”. Em mais um ataque às estruturas do Estado, Milei comparou a carga tributária a um “cárcere” imposto pelos políticos.
Milei afirmou que não se deve recompensar quem cumpre suas obrigações fiscais, chegando ao ponto de chamar o termo “contribuinte” de “ofensivo”. Segundo ele, sonegar impostos é uma virtude, e o sucesso de quem consegue escapar do sistema deve ser celebrado, pois se trata de alguém que, segundo suas palavras, “fugiu do ladrão, que é o Estado”. Ele ainda insinuou que, se mais argentinos burlassem o fisco, os políticos seriam forçados a parar de “roubar”.
O presidente argentino também fez um paralelo absurdo entre sonegadores e cubanos que fogem da ditadura de seu país. Para Milei, ambos estariam apenas tentando escapar de um sistema opressor, como se a estrutura fiscal de um Estado democrático fosse comparável à repressão de um regime autoritário. As declarações, vistas como um aceno aos setores mais reacionários, escandalizaram até mesmo parte da imprensa argentina.
O discurso aconteceu enquanto Milei promovia mais uma proposta polêmica: permitir que argentinos depositem dólares guardados fora do sistema bancário, sem necessidade de comprovação da origem dos recursos. A medida, na prática, pode facilitar a legalização de dinheiro vindo de atividades criminosas. Mesmo diante das críticas, o presidente afirmou que “questões econômicas não devem ser tratadas com base legal”.
A justificativa oficial para o adiamento do programa seria um ajuste técnico, mas os críticos apontam tentativa de evitar desgaste político. O governo aposta que entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões retornem ao sistema financeiro, numa aposta arriscada que ignora qualquer critério de transparência e combate à lavagem de dinheiro.
No fim da entrevista, Milei voltou a se autoproclamar como o presidente “mais reformista” desde Carlos Menem, símbolo do neoliberalismo dos anos 1990. Seu modelo, no entanto, tem aprofundado a desigualdade, corroído instituições públicas e promovido um desmonte social. A repercussão negativa foi imediata, com forte reação nas redes e na imprensa local. O presidente argentino segue reafirmando seu radicalismo ideológico — agora, ao custo da ética e da responsabilidade fiscal.
Com informações do Brasil 247
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