Abin paralela: ex-diretor revela omissão e agressividade de servidores bolsonaristas

Portal Plantão Brasil
23/5/2025 12:52

Abin paralela: ex-diretor revela omissão e agressividade de servidores bolsonaristas

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Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), delegado Carlos Afonso Coelho, revelou que servidores do órgão resistiram a prestar informações sobre o sistema de geolocalização FirstMile, utilizado indevidamente durante o governo Bolsonaro. Segundo ele, houve comportamento agressivo por parte de integrantes da agência ao serem questionados sobre o software, levantando sérias suspeitas sobre o funcionamento da chamada “Abin paralela”.

A ferramenta, desenvolvida por uma empresa israelense, foi utilizada sem autorização judicial para rastrear autoridades, jornalistas e servidores públicos. A Polícia Federal investiga o uso do FirstMile como parte de uma estrutura clandestina montada no coração do Estado, especialmente durante a gestão do bolsonarista Alexandre Ramagem à frente da Abin. As apurações integram a operação Última Milha, que expõe os tentáculos autoritários e ilegais do bolsonarismo infiltrado nas instituições.

Carlos Afonso relatou que ao tentar auditar contratos da área de tecnologia, encontrou resistência direta de servidores. Um dos responsáveis, Marcelo Furtado, afirmou “não se sentir à vontade” para responder às perguntas. Já Paulo Maurício Fortunato, então chefe do Departamento de Operações de Inteligência, reagiu de forma hostil e tentou impedir o prosseguimento da auditoria. “Disse que eu não tinha que me imiscuir na atividade-fim”, contou o delegado.

Diante da gravidade dos fatos, o ex-diretor levou o caso ao então chefe da Abin, Alexandre Ramagem, e ao diretor-adjunto da agência, que teriam determinado a abertura de uma investigação interna. No entanto, o histórico bolsonarista de Ramagem e seu atual envolvimento nas investigações levantam dúvidas sobre a real disposição para esclarecer os crimes cometidos na estrutura da agência durante sua gestão.

Embora tenha sido chamado como testemunha pela defesa de Ramagem, Coelho também é investigado por sua possível participação no esquema. Seu depoimento foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes na condição de informante, ou seja, sem a obrigação de jurar dizer a verdade. Ainda assim, as informações reveladas lançam luz sobre o funcionamento interno de uma rede de espionagem estatal usada como ferramenta política durante o governo Bolsonaro.

O caso reforça a urgência do aprofundamento das investigações e da responsabilização dos envolvidos nesse aparato ilegal. A tentativa de transformar órgãos de Estado em instrumentos de perseguição e vigilância revela a gravidade do projeto autoritário gestado no entorno do bolsonarismo, que agora enfrenta o rigor das instituições democráticas.

Com informações da CNN

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