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A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos reconheceu nesta sexta-feira (23) a anistia política da ex-presidenta Dilma Rousseff, vítima de prisão ilegal, tortura e perseguição política durante a ditadura militar. Além do reconhecimento, foi aprovada uma reparação econômica de R$ 100 mil, referente à sua demissão arbitrária da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul, em 1977, motivada por seu posicionamento político.
A decisão foi celebrada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que classificou o ato como uma “reparação histórica” e denunciou o boicote que o processo de Dilma sofreu durante o governo de Jair Bolsonaro. “Dilma foi torturada por bandidos que jamais pagaram por seus crimes. A tentativa de enterrar esse processo no governo que idolatrava torturadores foi vencida”, afirmou a ministra.
Gleisi lembrou ainda que Bolsonaro, que exaltava os algozes da ditadura, agora responde por crimes contra a democracia. “O chefe dos que sabotaram a anistia de Dilma está no banco dos réus por tentar mergulhar o Brasil novamente na escuridão autoritária. Mas a história segue adiante, com justiça”, declarou.
Dilma Rousseff foi presa aos 22 anos, em 1970, e permaneceu encarcerada por quase três anos, sendo submetida a sessões brutais de tortura física e psicológica, que incluíram choques, pau de arara, afogamento e espancamentos. Mesmo após deixar a prisão, seguiu sob vigilância do regime militar até o fim dos anos 1980.
Sua demissão da FEE ocorreu após seu nome constar numa lista de "comunistas infiltrados" divulgada pelo ministro do Exército da época, general Silvio Frota. Essa perseguição política prolongada gerou impactos diretos em sua trajetória profissional e pessoal.
O reconhecimento da anistia a Dilma não é apenas uma vitória pessoal, mas também um gesto simbólico de reafirmação da democracia e de condenação dos crimes cometidos pela ditadura militar. É um passo essencial para que o país não esqueça os horrores que sofreu — e para que jamais os repita.
Comissão de Anistia fez justiça à presidenta @dilmabr num ato de reparação histórica a essa grande mulher brasileira. Dilma foi torturada quando jovem por bandidos que nunca pagaram por seus crimes. Seu processo de anistia sofreu uma sabotagem política durante o governo que…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 23, 2025