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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, abriu nesta segunda-feira (26) uma nova fase de depoimentos na ação penal que investiga a tentativa de golpe articulada por Jair Bolsonaro e seus aliados. Logo no início da sessão, Moraes fez um alerta direto: as testemunhas devem se ater aos fatos e não oferecer interpretações pessoais. O recado foi dado durante os depoimentos das testemunhas de defesa do general da reserva Augusto Heleno, réu no processo.
Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional no governo Bolsonaro, é acusado de ter participado da trama golpista para manter o ex-presidente no poder mesmo após a derrota para Lula em 2022. Durante a oitiva, o procurador-geral Paulo Gonet viveu um momento constrangedor ao soltar, com o microfone aberto, a frase “fiz uma cag...” após ter uma de suas perguntas contestada pela defesa de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
A pergunta de Gonet, feita ao ex-ministro Aldo Rebelo, buscava saber se a Marinha poderia agir sozinha em uma ruptura institucional sem o apoio do Exército. Moraes já havia advertido que perguntas opinativas não seriam aceitas e exigiu que Gonet reformulasse a questão. Foi nesse momento que o microfone captou o comentário do procurador.
Aldo Rebelo, que depôs como testemunha de defesa de Garnier, tentou minimizar a gravidade da declaração do ex-comandante da Marinha, que teria dito estar disposto a colocar tropas à disposição de Bolsonaro. Moraes interrompeu e perguntou se Rebelo havia estado presente na reunião onde essa frase foi dita. Como a resposta foi negativa, o ministro exigiu que o depoente se limitasse aos fatos.
Rebelo retrucou dizendo que não aceitava censura, o que fez Moraes reagir com firmeza: “Comporte-se ou será preso por desacato”. A discussão foi encerrada, e o depoimento seguiu com outras perguntas da defesa. Dias depois, Aldo acusou Moraes de tentar intimidá-lo e cobrou desculpas públicas, afirmando que o ministro pressionou uma testemunha, o que seria inaceitável.
Apesar das tentativas da defesa de desviar o foco, as oitivas têm reforçado o papel central de certos militares e aliados na articulação do golpe. O ministro Moraes segue firme na condução das audiências, reafirmando o compromisso do STF com a verdade dos fatos e com a responsabilização de quem atentou contra a democracia.
Com informações do UOL
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