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O Supremo Tribunal Federal ouviu nesta segunda-feira (26) novas testemunhas no caso que apura a tentativa de golpe bolsonarista para impedir a posse legítima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os depoimentos envolvem o general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e reforçam a narrativa de que Jair Bolsonaro tentou se descolar de aliados conforme a trama criminosa avançava.
De acordo com os depoimentos prestados à Justiça, Bolsonaro se afastou de Augusto Heleno a partir da segunda metade do mandato, numa estratégia que pode ter sido pensada para preservar o general diante das movimentações mais escancaradas para sabotar a democracia. A informação foi levada ao STF pela defesa de Heleno, que tenta blindá-lo das investigações.
Ricardo Ibsen Pennaforte de Campos, ex-chefe de gabinete de Heleno, afirmou que houve clara redução da presença do general no Palácio do Planalto nos últimos dois anos de governo. A mudança foi confirmada também por Amilton Coutinho Ramos, ex-assessor de comunicação do GSI, que atribuiu o distanciamento à resistência de Heleno ao bolsonarismo mais radicalizado após a filiação de Bolsonaro ao PL.
Ramos relatou que Heleno continuou exercendo funções técnicas no GSI, sem se envolver em discussões golpistas e mantendo o funcionamento regular da transição para o novo governo, mesmo após a derrota eleitoral do seu ex-chefe. Também teria mantido quadros técnicos de gestões anteriores e rechaçado a politização do órgão.
A defesa tenta vender a imagem de que o general não participou das tratativas para impedir Lula de tomar posse, apesar de ele figurar entre os principais nomes apontados pela Procuradoria-Geral da República como integrantes do “núcleo duro” do golpe, ao lado de figuras como Anderson Torres, Mauro Cid, Braga Netto e outros militares alinhados ao projeto autoritário de Bolsonaro.
Apesar do esforço da defesa, Heleno ainda é investigado por seu papel nas articulações criminosas. Ele, que chegou a defender uso de força extrema contra a população durante o governo Bolsonaro, agora tenta se distanciar de um grupo que mergulhou o país na mais grave crise democrática desde a ditadura militar.
Com informações do DCM
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