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O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a agir nos bastidores do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado, atuando diretamente para influenciar testemunhas de defesa. Na semana passada, Bolsonaro ligou para o senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente, antes de seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal. A sessão foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
Mourão confirmou ter recebido a ligação e revelou que Bolsonaro pediu para que ele destacasse, durante a oitiva, que nunca teria manifestado intenção de romper com a ordem democrática. A atitude do ex-capitão, porém, levanta suspeitas sobre possível tentativa de obstrução de Justiça, uma vez que a orientação de testemunhas pode configurar interferência indevida no curso do processo.
Durante o depoimento, Mourão também tentou minimizar o escândalo, negando ter sido monitorado por militares envolvidos na trama golpista — uma revelação feita pelo tenente-coronel Mauro Cid em delação premiada. O senador prestou depoimento não só em defesa de Bolsonaro, mas também dos generais Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, todos réus no inquérito.
A movimentação de Bolsonaro ocorre em meio a uma série de indícios de que ele vem atuando para controlar o rumo das investigações. Segundo a legislação brasileira, ainda que não haja ameaça direta, orientar uma testemunha pode ser interpretado como tentativa de embaraçar o trabalho da Justiça, conforme previsto na Lei nº 12.850/2013.
O Código Penal também trata da coação no curso do processo, exigindo ameaça ou violência, o que não se aplicaria diretamente neste caso. No entanto, a Procuradoria-Geral da República e o STF poderão avaliar se houve tentativa de manipular a apuração, o que comprometeria a integridade do julgamento.
Mesmo sem relatos de pressão explícita, o simples ato de um réu tentar alinhar versões com testemunhas pode ser interpretado como uma ameaça à imparcialidade do processo. A atuação de Bolsonaro, mais uma vez, expõe seu desprezo pelas instituições democráticas e sua insistência em interferir no curso da Justiça.
Com informações do DCM
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