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O vereador Pedro Rousseff (PT) denunciou, em entrevista nesta segunda-feira (2), que a comunidade Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, vive hoje sob o domínio do narcotráfico evangélico, após a eleição do deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG). O local é justamente onde Nikolas nasceu e onde seu pai, o pastor Edésio de Oliveira, fundou a Igreja Graça e Paz — visitada por Jair Bolsonaro em 2023. A denúncia surgiu após a prisão do primo do deputado, flagrado com 30 quilos de maconha em Uberlândia.
Rousseff afirma que a comunidade se tornou uma referência negativa, sendo a única de Minas Gerais sob domínio de uma facção evangélica — situação comparável à “Tropa de Arão”, no Rio de Janeiro, conhecida por controlar territórios com apoio do narcopentecostalismo. “Não estamos acusando, mas pedimos investigação e transparência. A ligação entre a prisão do primo, o envio de R$ 1,5 milhão em emendas ao tio e o domínio da facção não pode ser ignorada”, declarou.
Nikolas tenta se desvincular do escândalo alegando que o primo preso seria um parente distante. No entanto, vídeos antigos mostram o próprio deputado relatando episódios com o primo, incluindo um passeio de carro com “caras armados” para ajudar um foragido da Justiça a se entregar. O deputado também chegou a admitir publicamente que teve um tio traficante.
A destinação de R$ 1,5 milhão em emendas à cidade de Nova Serrana, onde o pai do traficante foi candidato a prefeito com apoio direto de Nikolas, levanta mais suspeitas sobre o uso político de recursos públicos. Mesmo com a ajuda do sobrinho, Enéas Fernandes perdeu a eleição para Fabio Avelar (Avante). O caso escancara como o bolsonarismo atua com base em redes familiares e estruturas de poder ligadas a igrejas e, agora, até ao tráfico.
Apesar da gravidade das conexões reveladas, Nikolas reagiu com desdém. Em postagem no X (antigo Twitter), afirmou que não iria perder tempo com o assunto, acusou adversários de tentarem desgastar sua imagem e ainda ironizou a data da publicação: “Obrigado pelo presente de aniversário”, escreveu, referindo-se à prisão ocorrida dias antes da divulgação.
A resposta debochada diante de uma denúncia tão séria expõe o desprezo de Nikolas pelas instituições e pela responsabilidade política. Enquanto isso, a Polícia de Minas Gerais, sob comando de Romeu Zema, aliado do bolsonarismo, segue responsável pela investigação — o que gera dúvidas sobre a imparcialidade e o alcance das apurações.
Com informações da Forum
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