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O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e figura-chave do núcleo bolsonarista, decidiu se calar durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10). O militar optou por responder apenas às perguntas feitas por sua própria defesa, ignorando questionamentos do ministro Alexandre de Moraes, do Ministério Público e dos advogados dos demais réus.
Heleno é o primeiro dos acusados a usar o direito ao silêncio nesta fase da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A escolha estratégica de não colaborar chama a atenção e reforça a gravidade das acusações contra o ex-ministro, que é apontado como peça central na engrenagem golpista.
Segundo a Polícia Federal, Heleno fazia parte do chamado "núcleo de inteligência paralela", responsável por traçar estratégias para inviabilizar a posse do presidente Lula. Uma das principais evidências contra ele é a minuta de um “Gabinete de Gestão de Crise”, que o colocava no comando de uma estrutura militarizada para sustentar o golpe. O plano incluía comunicação oficial, inteligência e ações coordenadas por 18 militares.
Além disso, anotações apreendidas pela PF mostram que o grupo bolsonarista queria dar à Advocacia-Geral da União o poder de decidir quais decisões judiciais poderiam ser ignoradas. A polícia identificou uma tentativa de blindar aliados e de coagir autoridades do sistema penal, numa clara violação das normas democráticas.
A Procuradoria-Geral da República denunciou Heleno por articular a parte estratégica da organização criminosa. Apesar de sua defesa alegar que ele se distanciou de Bolsonaro no fim do mandato e teria incentivado a transição, a documentação apreendida e os relatos de colaboradores indicam o contrário: o general não apenas participou, como teria sido uma das mentes por trás do plano autoritário.
Outro ponto grave envolve a suspeita de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada a Heleno, tenha sido usada para espionar opositores, infiltrar agentes e espalhar mentiras sobre as eleições. A instrumentalização do órgão durante o governo Bolsonaro é mais uma prova de que o projeto golpista foi coordenado com apoio do alto escalão militar bolsonarista.
Com informações do Brasil 247
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