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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu nesta segunda-feira (16) que a eliminação do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, seria suficiente para encerrar a guerra entre os dois países. A declaração foi dada em entrevista à rede norte-americana ABC News, onde o premiê defendeu abertamente um assassinato político como solução para um conflito geopolítico de décadas.
“Não vai escalar o conflito, vai acabar com o conflito”, afirmou Netanyahu, ignorando os riscos de um colapso regional e a escalada de uma guerra de proporções imprevisíveis no Oriente Médio.
Segundo a emissora, a ideia de eliminar Khamenei chegou a ser cogitada por Israel em anos anteriores, mas foi vetada pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, justamente por temer uma guerra total contra o Irã.
A retórica agressiva de Netanyahu veio logo após mais um ataque devastador em Teerã: Israel bombardeou o prédio da TV estatal iraniana durante a transmissão ao vivo de um telejornal. O governo do Irã classificou a ação como crime de guerra, após a morte de dezenas de civis, incluindo crianças e profissionais da imprensa.
Apesar do bombardeio, Israel alegou ter emitido avisos prévios de evacuação. No entanto, como em outras ofensivas recentes, os "avisos" não impediram o massacre de inocentes, incluindo em áreas civis, diplomáticas e hospitalares.
O confronto direto entre Israel e Irã, que começou na sexta-feira (13), já deixou pelo menos 224 mortos no Irã e 22 em Israel, de acordo com números oficiais. Entre as vítimas do lado iraniano, 60 civis morreram em um único ataque no sábado (14) — metade eram crianças.
Israel lançou a chamada “Operação Leão Ascendente” com um ataque surpresa que matou membros do alto comando militar iraniano e atingiu instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis contra áreas residenciais e refinarias israelenses.
Nesta segunda-feira, oitavo dia de guerra, o governo de Netanyahu prometeu intensificar os ataques, afirmando que há “uma longa lista de alvos” a serem destruídos. Líderes militares israelenses descrevem a ofensiva como “a operação que vai redesenhar o Oriente Médio”.
Apesar da escalada, fontes diplomáticas confirmam que há tentativas de costurar um cessar-fogo, com o apoio de mediadores europeus e do governo da China. O temor crescente é que o conflito se transforme em uma guerra regional de grandes proporções, envolvendo outros países e milícias ativas no Oriente Médio.
A fala de Netanyahu marca um ponto de ruptura perigoso na diplomacia internacional, ao legitimar o assassinato de líderes estrangeiros como instrumento de “paz”. A tentativa de vender esse tipo de execução como “solução final” para um conflito milenar é uma distorção brutal do direito internacional e dos princípios da ONU.
Enquanto isso, a ofensiva militar israelense continua gerando efeitos devastadores entre civis, especialmente no Irã, com centenas de mortos e bairros inteiros destruídos — sob a justificativa de “destruir o mal”.
Com informações do g1
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