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O governo de Tarcísio de Freitas, herdeiro do bolsonarismo em São Paulo, prepara um projeto de reestruturação da Polícia Militar que prioriza o privilégio da alta cúpula em detrimento da segurança do povo. A proposta prevê um salto de 46% no número de coronéis, elevando o total de 64 para 94 postos. Esse inchamento do comando vai custar R$ 120 milhões aos cofres públicos em 2026, garantindo a cada novo coronel regalias como dois veículos de luxo descaracterizados — uma Trailblazer e um Corolla — além de uma estrutura exclusiva de motoristas, seguranças e ordenanças.
Enquanto a propaganda oficial tenta mascarar o descaso com a segurança pública, o projeto revela um ataque direto ao patrulhamento das ruas. Para servir aos novos 30 coronéis, aproximadamente 180 policiais militares serão retirados do policiamento ostensivo, o que equivale ao esvaziamento de meio batalhão. Curiosamente, o plano de Tarcísio não prevê o aumento de uma única vaga para praças (cabos e soldados), que são os verdadeiros responsáveis por proteger a população, mantendo o efetivo da base estagnado enquanto o topo da pirâmide engorda.
A proposta também instala uma lógica de privilégios que desorganiza a carreira militar. A criação repentina de dezenas de vagas de coronel deve concentrar promoções em apenas duas turmas, travando o fluxo de ascensão por cinco anos e prejudicando oficiais que não pertencem aos grupos beneficiados. Ao todo, o número de oficiais saltará de 5.483 para 6.209, gerando um impacto bilionário a longo prazo, sem que isso resulte em mais viaturas nos bairros ou combate efetivo à criminalidade.
Para os praças, o projeto de Tarcísio reserva apenas restrições e obstáculos. A nova regra limita o acesso de subtenentes ao oficialato, permitindo que a promoção a segundo-tenente ocorra apenas no final da carreira, o que impede que policiais vindos da base cheguem a postos de capitão ou major. Embora o governo prometa promoções salariais para alguns tenentes com custo de R$ 100 milhões, a estrutura geral desestimula quem está na linha de frente e favorece o isolamento da elite burocrática da PM.
Especialistas e oficiais da reserva criticam duramente a medida, apontando que São Paulo passará a ter uma proporção de comando completamente distorcida em relação à tropa, se comparada a outros estados. O coronel da reserva José Vicente da Silva reforça que o aumento de coronéis não traz eficiência operacional. Na prática, o que se vê é a consolidação de uma "polícia de gabinete", onde o oficialato se afasta cada vez mais do contato direto com as comunidades para desfrutar de benefícios custeados pelo contribuinte.
Mesmo diante das críticas sobre o deslocamento de policiais para funções de "mordomia", a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo sustenta que a proposta segue em análise técnica. O governo tenta se esquivar citando concursos em andamento, mas ignora o fato de que, sob a gestão bolsonarista, o investimento público está sendo drenado para sustentar uma casta militar, enquanto o cidadão comum padece com a falta de policiamento e o sucateamento dos serviços essenciais.
Com informações do DCM
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