Dilma faz história: enquadra Tio Sam

Portal Plantão Brasil
17/1/2014 21:39

Dilma faz história: enquadra Tio Sam

Obama teve que se curvar

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1986 visitas - Fonte: Brasil 247

O fato é um só, goste-se dele ou não: presidente do Brasil foi a primeira líder mundial a criticar duramente atual modelo de espionagem dos EUA; recuo de Barack Obama, nesta sexta-feira 17, que prometeu não mais espionar aliados, é mérito a ser atribuído, antes de a outros, a Dilma Rousseff; foi ela quem mandou chamar embaixador ianque às falas, cancelou visita de Estado a Washington e abriu Assembleia Geral da ONU com reprimenda humilhante à invasão cibernética da Agência Nacional de Segurança (NSA); discurso foi sucedido por moção de crítica aos americanos aprovada pelas Nações Unidos; depois do Brasil vieram Ângela Merkel, da Alemanha, também espionada, e outras reações de oposição; na mídia familiar do País não se sabe o que vai sair sobre o assunto, mas a verdade é que Dilma acaba de entrar para a história como a mulher que topou e dobrou a arrogância do Tio Sam; praticou a chamada doutrina Chico Buarque, para quem atual diplomacia nacional "não fala grosso com a Bolívia e não fala fino com os Estados Unidos"; vídeo

17 DE JANEIRO DE 2014 ÀS 21:20



247 – Qual foi mesmo o presidente brasileiro que topou de frente uma parada indigesta com os EUA e fez a nação mais poderosa do planeta recuar?



Não havia exemplo nenhum para responder essa questão, mas desde esta sexta-feira 17, quando o presidente americano Barack Obama disse diante do mundo que "os EUA não vão mais espionar aliados", agora o Brasil tem uma resposta: Dilma Rousseff.



Goste-se ou não, interprete-se à esquerda ou à direita, o fato é que Dilma foi a primeira chefe de país a reagir duramente à descoberta de que, primeiro, milhões de cidadãos nacionais haviam tido e-mails rastreados pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana e, segundo, parte do governo e ela própria haviam sido bisbilhotados.



As revelações, a partir das informações transmitidas pelo analista americano exilado na Rússia Edward Snowden, começaram a se dar na metade do ano. E de pronto Dilma levou o governo a retrucar à altura. Com a escalada de revelações, ela cancelou a visita oficial que faria aos EUA, em outubro, onde, em Washington, na Casa Branca, seria recebida com honras de visita de Estado.



Não adiantou os Estados Unidos tentarem, por todos os canais diplomáticos, demover Dilma da decisão de não viajar – o que iria caracterizar um gesto de profunda decepção do Brasil com o comportamento do Tio Sam e, ao mesmo tempo, uma reprimenda. Ela ficou e ainda determinou ao chanceler Luiz Alberto Figueiredo que chamasse o embaixador americano em Brasílias às falas.



No discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, imediatamente antes de Obama ocupar o mesmo púlpito, Dilma manifestou com toda as letras a posição do Brasil sobre a espionagem ianque:



"Dados pessoais de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação. Informações empresariais – muitas vezes com alto valor econômico e mesmo estratégico – estiveram na mira da espionagem. Também representações diplomáticas brasileiras, entre elas a Missão Permanente junto às Nações Unidas e a própria Presidência da República do Brasil tiveram suas comunicações interceptadas", relatou a presidente brasileira, em 24 de outubro do ano passad, diante do concerto das Nações.



Ela concluiu, sem conciliar com o poderio americano, como, talvez, outros fizessem e, na prática, já se fez muito ao longo da história do Brasil:



"Imiscuir-se dessa forma na vida dos outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles, sobretudo, entre nações amigas".



A verdadeira lição de moral de Dilma sobre o governo Obama -- repita-se, goste-se ou não, avalie-se à direita ou à esquerda --, deu todo o resultado esperado. Sucedida do episódio sobre a espionagem sobre o telefone celular da chanceler alemã Angela Merkel, a pregação de Dilma pelo recuo efetivo, na prática, da espionagem americana, ganhou corpo na comunidade internacional. A presidente começou sozinha a reação à invasão cibernética americana, e ganhou durante a jornada o apoio de praticamente todos os países que contam, à exceção da Inglaterra. Para completar, num gestão que foi interpretado até mesmo como retaliação econômica, Dilma levou o governo ao ponto de, em meio a esse debate estratégico, comprar aviões militares suecos, os Saab-Grippen, na maior concorrência militar do ano, na qual os americanos concorriam com seus



Sem confiança, sem negócio.



O recuo de Obama e do Tio Sam nesta sexta-feira 17 foi resultado de muitas pressões. E a primeira pressão foi feita pela presidente do Brasil, não há como tirar esse mérito de Dilma Rousseff.



Abaixo, o discurso da presidente Dilma na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de outubro:







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