Cantareira: desenhando, para ajudar a imprensa paulista a perguntar

Portal Plantão Brasil
12/4/2014 14:31

Cantareira: desenhando, para ajudar a imprensa paulista a perguntar

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902 visitas - Fonte: Tijolaço

Ontem, fiz um apelo público para que os jornais paulistas se interessassem pela súbita mudança de padrão na operação do Sistema Cantareira, coincidente com a posse de Mauro Arce no comando da Secretaria de Recursos Hídricos do Estado.

Foi inútil, mas pacientemente insisto, agora “desenhando” na imagem aí de cima para ver se as chefias de reportagem entendem o que está acontecendo e procurem saber o que está havendo. (Clique para ampliar, na pagina do post)



Todos estes dados são públicos e podem ser consultados, para qualquer data, no site de divulgação detalhado do estado do Sistema Cantareira, se quiserem se dar ao trabalho de saber mais do que olhar o percentual no site da Sabesp que informa apenas a disponibilidade total de água no sistema, que aliás caiu para 12%.



Até o dia 9, a maior parte da água mandada a São Paulo vinha do primeiro e maior reservatório do Sistema, o Jaguari-Jacareí.

Isso aconteceu mesmo quando temporais levaram grande quantidade de água(22 m³ por segundo) ao últimos dos reservatórios , o minúsculo Paiva Castro, no dia 8 de março.



Desde que Mauro Arce tomou posse, há três dias, a retirada de água do Jaguari-Jacareí foi reduzida de valores entre 18 e 21 m³/s para 5 e 3 m³ por segundo, anteontem e ontem.



Pode ser perda de pressão hidráulica na última das saídas de água da tomada d’água do túnel de saída da represa, que está descoberta até a metade. Pode, mas é difícil acreditar que essa perda seja de tal intensidade em um único dia, que representa uma “baixa” de cerca de 8 cm apenas no nível.



Pode, também, ser uma mudança na estratégia de operação, provocada por alguma razão que é do desconhecimento do grande público, porque a imprensa parece desinteressada de acompanhar com detalhes essa questão, embora publique qualquer mudança de 0,1% nas disponibilidades do sistema elétrico, que é federal.

O reservatório Atibainha – o “última esperança”, porque é o que será bombeado – caiu 6% em três dias.



Isso é explicável, por ser menor – apenas 12% do sistema – mas contraria tudo o que vinha sendo feito nos últimos 30 dias, quando foi deliberadamente “elevado”, à custa da sangria exagerada do Jaguari-Jacareí.



Objetivamente, de 9 a 12 de abril o sistema perdeu 6 bilhões de litros de água e, se usar até a última gota, equivalentes a mais de 5% dos 113 bilhões que possui hoje armazenados.



Não é possível que a imprensa de São Paulo não pergunte o que está acontecendo.



Não é possível que não haja um engenheiro hidráulico independente que possa ser consultado.



As chuvas fortes previstas para este final de semana não vão resolver absolutamente nada, por maiores que sejam – e tomara que sejam. Mas podem criar a ilusão na população, se ela não estiver bem-informada, de que o problema estará menor.



E isso influi negativamente sobre o consumo, que precisa ser controlado para evitar uma catástrofe.



Será que, mastigadinho assim, algum jornal vai apurar o que se passa?



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