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A gestão do prefeito petista Fernando Haddad, em São Paulo, pode ter atingido nesta sexta-feira 12 um ponto de inflexão. Pela manhã, ele foi aplaudido de pé por cerca de 300 motoristas de táxi que compareceram à sede da Prefeitura para vê-lo assinar o decreto municipal que libera os 440 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus para o uso, também, pelos chamados "carros de praça".
Pode parecer pouco, mas não é bem assim. No total, São Paulo tem mais de 60 mil motoristas de táxi, que realizam cerca de 550 percursos por dia com passageiros. Em contato direto com o público, na situação privilegiada de estar dentro do carro e ter tempo para dialogar, essa categoria sempre procura ter influência nas eleições disputadas na cidade e no plano nacional.
- A partir de agora, peço a vocês para pararem de falar mal do prefeito e do secretário dos Transportes (Jilmar Tatto). Eles mostraram que estão do nosso lado, nos ajudando, discursou o antigo lÃder sindical da categoria, NatalÃcio Bezerra. "A (Luiza) Erundina foi boa para nós, a Marta (Suplicy) foi boa para nós, e agora o Haddad também está sendo, completou ele, referindo-se aos titulares das gestões petistas em São Paulo.
A esta altura, no auditório da Prefeitura lotado por taxistas, surgiram gritos de "Dilma, Dilma" e aplausos para Haddad. À saÃda, o prefeito foi cercado para dezenas de fotografias. Até agora, os táxis só podiam usar, em todos os horários, as faixas exclusivas para ônibus no chamado corredor Norte-Sul da cidade. A partir do sábado 13, porém, todos os 440 quilômetros de pistas para coletivos também poderão ser compartilhadas pelos táxis.
Com fôlego renovado, o prefeito aproveitou, na entrevista coletiva que veio a seguir, para rebater os ataques que recebeu, ao longo da semana, de dois dos principais lÃderes do PSDB paulista. Para Haddad, o sistema de mobilidade urbana que ele vai implantando se apoia no tripé expansão do metrô-faixas para ônibus e táxis-ciclofaixas.
- São iniciativas que se completam em benefÃcio da melhoria na circulação urbana, explicou.
A oposição a ele discorda. Nesta semana, o senador e candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, Aloysio Nunes, se manifestou com dureza no Twitter contra a iniciativa de Haddad de instalar ciclofaixas na capital.
- DelÃrio autoritário do Haddad, manifestou Aloysio, atacando durante a instalação de "ciclofaixas a torto e a direito, revoltando os moradores de Higienópolis".
De fato, no bairro onde moram o senador, o ex-presidente Fernando Henrique, o deputado José AnÃbal e outros quadros destacados do PSDB, os moradores têm se esmerado em boicotar as ciclofaixas. Para isso, a pista que deveria ser exclusiva para bicicletas continua servindo para estacionamento de veÃculos, especialmente na emblemática Praça Vilaboim (foto abaixo), no coração do bairro nobre:
Em resposta a um pergunta de 247, a respeito da posição dos tucanos, Haddad respondeu na mesma moeda a Aloysio e Matarazzo:
- Eu não poderia esperar outra atitude de representantes de um partido que gastou 2 bilhões de reais para tirar áreas verdes das avenidas marginais em troca de fazer duas pistas de rolamento para veÃculos, disse o prefeito em referência a iniciativa tomada na gestão do atual candidato a senador José Serra na Prefeitura.
E prosseguiu:
- O PSDB governa para dez por cento da população, por isso é contra ciclofaixas, faixas para ônibus e compartilhamento de táxis. É por isso também que é um partido que está desaparecendo no cenário nacional, desferiu.
Havia tempo que Haddad não empregava tanta ênfase numa resposta polÃtica. O prefeito está saindo da defensiva dos baixos Ãndices de popularidade até aqui.
- Minha polÃtica é de futuro, o PSDB não tem polÃtica para o futuro. É o passado.
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