1197 visitas - Fonte: Folha de S. Paulo
Em nova fase da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e
desvios de dinheiro, a Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (14) buscas em
grandes empreiteiras e cumpre 27 mandados de prisão contra executivos e
outros investigados.
A operação realizou mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e
empresários nas sedes das empresas Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet,
UTC, Queiroz Galvão,Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque foi preso no Rio.
Ao todo, 300 policiais participam da ação, que acontece em São Paulo, Paraná,
Rio, Pernambuco, Minas e no Distrito Federal.
Os grupos investigados registraram, segundo dados do Coaf (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras), operações financeiras atípicas num
montante que supera os R$ 10 bilhões. Durante a investigação, o doleiro
Alberto Youssef –que está preso e colabora com a Justiça por meio da delação
premiada– apontou que o esquema envolvia desvio de dinheiro Petrobras.
A Justiça decretou o bloqueio de R$ 720 milhões que pertencem a 36
investigados. Foi autorizado também o bloqueio integral de valores
pertencentes a três empresas suspeitas de participar do esquema.
Em São Paulo, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca, 17 de prisão e
mais 9 de condução coercitiva –quando a pessoa é levada para prestar
depoimento obrigatoriamente.
Outros 11 mandados de busca e 6 de prisão são cumpridos no Rio. No Paraná,
são 2 de busca e 1 de prisão. No DF, mais 1 de busca e 1 de prisão. Em Minas e
Pernambuco, são cumpridos 2 mandados de busca em cada Estado.
Segundo a PF, os envolvidos responderão, na medida de suas participações,
pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude
à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
EMPREITEIRAS
As prisões atingiram a cúpula das empreiteiras. Foram presos o presidente da
empreiteira Engevix, Cristiano Kok, e um de seus vice-presidentes, Gerson
Almada. Um terceiro executivo da empresa que teve a prisão decretada está no
exterior.
A PF também realiza buscas na casa do presidente da UTC/Constran, Ricardo
Pessoa, investigada por ter pago propina para obter obras da Petrobras no Rio
e em Pernambuco. Pessoa também é sócio do doleiro Alberto Youssef em
hotéis.
Ao menos doze pessoas, entre policiais e membros da Receita Federal,
chegaram, por volta das 6h20, no edifício da Camargo Corrêa, na avenida
Faria Lima, em São Paulo. Cinco carros entraram pela garagem e três agentes
da PF permanecem na porta do prédio, controlando a entrada.
A Camargo Corrêa é uma das empresas investigadas sob suspeita de pagar
suborno a ex-diretores da Petrobras para obter contratos da estatal.
A empreiteira lidera o consócio CNCC, contratado para construir a refinaria de
Abreu e Lima, em Pernambuco. A obra, que envolve outras empreiteiras, é a
mais cara em curso no Brasil e de ultrapassar os R$ 40 bilhões quando ficar
pronta, nos próximos meses.
Além de estourar o orçamento inicial, a obra foi superfaturada, segundo
apurações do Tribunal de Contas da União.
O consórcio CNCC diz que não faz sentido a acusação de sobrepreço na obra,
porque ela foi conquistada por meio de licitação.
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