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O Brasil está pronto para, em pouco tempo, retomar o crescimento.
Foi a opinião quase unânime de um grupo de economistas reunidos pelo Jornal GGN no Seminários sobre o Papel dos Bancos Públicos.
Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland apresentou um quadro das medidas adotadas nos últimos anos para o destravamento do crédito.
Debêntures incentivadas, com segurança jurídica, para que pessoas físicas daqui e de fora possam aplicar em projetos de infraestrutura.
Regulamentação dos ETFs de renda fixa (fundos de índices de renda fixa com cotas negociadas em Bolsa). Com isso se conseguirá o alongamento do passivo, importante para garantir a oferta de recursos de longo prazo.
Constituição de um mercado de "covered bonds" - modalidade de mercado hipotecário com Letras Imobiliárias com dupla garantia.
Estímulos à renegociação das dívidas bancárias. Antes, recaia tributação sobre a operação mesmo antes do sistema bancário receber.
Instituição da figura do valor incontroverso para todas as operações de crédito. Quando houver discussão jurídica, o principal é incontroverso.
Estímulo para abertura de capital através da "small caps" - pequenas empresas inovadoras, com um potencial de 200 elegíveis para abertura de capital.
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Na outra ponta, há uma enorme demanda por investimentos, especialmente em infraestrutura.
Como lembrou Antonio Correa de Lacerda, a Europa está em crise. Os Estados Unidos já está com a questão logística resolvida e a China ficou superinvestida, Por outro lado, o Brasil tem uma demanda de investimentos na infraestrutura da ordem de R$ 1 trilhão para os próximos dez anos.
Presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) Carlos Pastoriza estima que só para renovar o parque industrial brasileiro, com máquinas com mais de 20 anos, haverá a necessidade de mais R$ 500 bi em investimentos.
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Tem-se, portanto, o principal: a demanda. A discussão passa a ser sobre a oferta.
Fernando Nogueira da Costa, professor da Unicamp e ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) defendeu o aporte do Tesouro nos bancos públicos. Um recurso do Tesouro quando colocado em um banco público, tem um poder de alavancagem de 9 vezes - através de empréstimos.
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Mas, como explica Holland, o papel dos bancos públicos não é isolado do restante da economia.
Para deslanchar esses recursos, tanto nos bancos públicos como nos privados, depende-se de uma estrutura de incentivos macroeconômicos, monetário-financeiros. Enquanto houver altas taxas de juros no curto prazo, as instituições privadas serão desincentivadas para originar crédito privado de longo prazo.
Tem que se aguardar o chamado "novo normal" da economia mundial, para o país buscar um nível de juros similar aos dos demais países. Aí deslancha o crédito e o investimento.
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Economista--chefe do Bradesco, Otavio de Barros está sentindo no ar um cheiro de 2015 parecido com 2003. Um primeiro semestre com alguma acerto fiscal e mensagens ao mercado de ajustes adaptativos à nova realidade.
Com normalização monetária, o segundo semestre será o da recomposição da confiança. Nele poderá ser preparada uma plataforma para a retomada do crescimento futuro a partir de 2016.
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