1047 visitas - Fonte: Brasil 247
'Numa corrida de muitas voltas, não basta o piloto ser bom. Ele precisa ter uma estratégia de desempenho para vencer. Para manter o alto nível de emprego, o crédito, os investimentos públicos em curso e a economia fora da UTI, o governo queimou energias. Agora precisa fazer um pit stop e acertar a máquina para arrancar de novo. Isso é o ajuste fiscal e assim precisa ser compreendido por todo mundo', disse o ministro da Defesa, Jaques Wagner, à jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247; ex-governador da Bahia reconhece dificuldades políticas do momento, mas não acredita que a oposição esteja mesmo apostando no impeachment
Ministro da Defesa e um dos seis integrantes do chamado “núcleo duro palaciano” do governo Dilma, Jacques Wagner vem fazendo uma defesa enfática do ajuste fiscal, tal como tem pedido a presidente a todos os auxiliares. Em entrevistas, conversas com jornalistas e encontros com parlamentares, Wagner tece variações sobre a mesma metáfora tentando demonstrar que o ajuste é parte da estratégia de sustentar e aprofundar o projeto petista de uma país mais desenvolvido e mais inclusivo e justo. Em conversa com esta colunista, nesta sexta-feira, mais de uma vez ele se valeu da metáfora da corrida de Fórmula Um.
– Numa corrida de muitas voltas, não basta o piloto ser bom. Ele precisa ter uma estratégia de desempenho para vencer. Precisa calcular o momento de parar para abastecer, o tipo ideal de pneu para cada fase da corrida e até mesmo o eventual momento de desacelerar para poupar o motor. Houve uma crise mundial e foi feita aqui uma política anti-cíclica que teve custos. Para manter o alto nível de emprego, o crédito, os investimentos públicos em curso e a economia fora da UTI, o governo queimou energias. Agora precisa fazer um pit stop e acertar a máquina para arrancar de novo. Isso é o ajuste fiscal e assim precisa ser compreendido por todo mundo.
Ele reconhece as dificuldades políticas do momento mas diz acreditar que o governo pode superá-las, recompor sua base de apoio no Congresso, atravessar a fase de ajuste e voltar a produzir resultados positivos para o país. Não acredita que a oposição esteja mesmo apostando no impeachment da presidente por inexistirem, a seu ver, condições jurídicas e políticas.
Enquanto esta conversa transcorria, em São Paulo acontecia o encontro entre Dilma e o ex-presidente Lula. Sobre isso, nenhuma palavra. Sabe-se no Planalto que Dilma ficou irritadíssima com o ministro Pepe Vargas, que teria revelado o encontro que ela nem incluiu na agenda.
Por ora, como diz um auxiliar de Lula, quem disser que apurou o que eles conversaram está mentindo.
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