POR QUE NENHUM JORNALISTA QUIS OUVIR A ADVOGADA DA ODEBRECHT?

Portal Plantão Brasil
20/2/2015 13:43

POR QUE NENHUM JORNALISTA QUIS OUVIR A ADVOGADA DA ODEBRECHT?

A mídia não se interessa pelo ‘outro lado’ na Lava Jato

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3872 visitas - Fonte: DCM

Desprezada



Se um dia a posteridade quiser aferir a miséria do jornalismo brasileiro nestes tempos, bastará consultar o desabafo da advogada Dora Cavalcanti, que defende a Odebrecht no caso Petrobras.



Num artigo publicado na Folha, ela contou que nem um único jornalista a procurou para conversar sobre o encontro que ela teve com o ministro José Cardozo no dia 5 de fevereiro.



Repito: nem um. Zero.



Que havia interesse jornalístico na reunião é evidente. É só ver, primeiro, o tom apocalíptico com que a mídia a noticiou. E depois a reação histérica e despropositada de Joaquim Barbosa e do juiz Sérgio Moro.



Por que, então, ninguém foi atrás de uma pessoa que participou do encontro?



É que a mídia brasileira não quer ouvir ninguém que traga pontos de vista diferentes dos seus em relação ao caso Petrobras.



Não há espaço para vozes divergentes. Não existe pluralidade. A grande mídia tirou de sua agenda opiniões discordantes.



Ajudar o leitor a entender a complexidade de muitas situações é uma das funções mais sagradas da imprensa.



A nossa abdicou disso há muitos anos. Se você mostra uma realidade parcial para o leitor é mais fácil manipulá-lo.



Esta a lógica sinistra da mídia brasileira.



Dora tens bons pontos.



A questão dos vazamentos seletivos é um deles. Em outros países, pondera ela, isso é inaceitável.



No Brasil, isso virou uma rotina – sem que se veja nenhum empenho em Moro em tentar pôr fim a elas.



Os vazamentos seletivos, e este é outro bom ponto de Dora, atrapalham consideravelmente o direito de defesa dos réus.



Em essência, é uma coisa injusta.



Como teria se comportado Moro se os vazamentos não alcançassem os suspeitos de sempre?



Bem, é uma hipótese inverossível: a imprensa não publicaria nada.



A advogada Dora Cavalcanti trouxe alguma luz ao caso Lava Jato com seu depoimento.



Moro e Barbosa, em compensação, produziram sombras.



Com sua agressão a Cardozo, Moro deixou claro, talvez involuntariamente, que está longe de personificar o ideal do juiz equidistante e imparcial.



É uma má notícia para a sociedade. Não à toa, a imprensa deu a ele o mesmo ar heroico que no Mensalão fora de Barbosa.



Os dois – Barbosa antes e Moro hoje – simbolizam o conservadorismo na Justiça nacional.



Barbosa, no Mensalão, fez horrores sem virtualmente nenhum obstáculo.



É um alerta.



Moro não pode ter o mesmo caminho fácil agora que foi concedido no passado a Barbosa. Seus métodos têm que ser desafiados quando necessário.



Foi o que a advogada Dora Cavalcanti fez.



A despeito do que a Justiça decida sobre o papel da Odebrecht na história, o gesto de sua advogada merece aplausos. De pé.



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