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Declarações do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, feitas no domingo, e as da presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, feitas ontem, começam a preocupar o PT e setores nacionalistas, receosos de que a crise atual da empresa estimule movimentos a favor da quebra do modelo de partilha, pelo qual a Petrobrás é operadora única, devendo oferecer lances para ficar com pelo menos 30% da exploração dos campos licitados nas áreas do pré-sal.
— Eu defendo o direito da Petrobras de optar por não participar — afirmou o ministro em Houston, onde visita uma grande feira do setor de petróleo. Ele afirmou que o Congresso (onde seu partido, o PMDB, comanda as duas Casas) está aberto a discutir mudanças na lei.
A presidente Dilma não concordou nem desautorizou as declarações de Braga. Ontem foi Chamabriard, também em Houston, que fez declarações na mesma linha, embora ressalvando que a seu ver as mudanças só deveriam acontecer com vistas aos leilões do futuro, depois dos que estão previstos para 2016 e 2017, porque os campos já terão reservas menores, que podem não interessar ao perfil de grande exploradora da Petrobrás.
As declarações e o silêncio do Planalto causaram inquietude em integrantes da bancada petista. O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, uma das vozes nacionais mais importantes na defesa do modelo do pré-sal, declarou ao 247:
- Estas declarações são preocupantes. Vão ao encontro da posição das grandes petroleiras internacionais, que lucrariam mais com a menor participação da Petrobrás. Mas mudar o modelo de partilha na exploração da maior riqueza nacional, com certeza, não atenderia ao interesse nacional. É importante que o governo, através da presidente, esclareça se elas expressam opiniões pessoais ou se existe alguma disposição do governo neste sentido temerário.
Em artigo publicado em seu blog no 247, o jornalista Breno Altman afirmou que Braga, ao fazer tal declaração no domingo, "deu resposta ao gosto das corporações internacionais".
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